AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO TEMPORAL EM CRIANÇAS COM TPAC E ALTERAÇÕES NA HABILIDADE VISUAL DE CONSTÂNCIA DE FORMA.
Melo, N. C. O. ;
Figueiredo, D. F. ;
Medeiros, V. N. ;
Miranda, A. C. ;
Rosa, M. R. D. ;
Introdução:
O processamento auditivo temporal é fundamental para reconhecimento, detecção e discriminação dos estímulos acústicos, e inclui sub-processos como a resolução temporal, integração temporal, mascaramento temporal e ordenação temporal. Essas habilidades são essenciais na aprendizagem da leitura e escrita, pois é crucial discernir as semelhanças e diferenças entre os sons das letras quando são pronunciadas em palavras. Outro processo essencial para a aprendizagem da linguagem escrita é a habilidade visual de constância de forma, responsável pelo reconhecimento das características distintivas de certas figuras ou formas, independentemente de variações em tamanho, sombreamento, textura e posição. Dessa forma, os sistemas visual e auditivo, especificamente as habilidades de constância de forma e o processamento temporal, se conectam para o indivíduo perceber e reconhecer os estímulos sensoriais de maneira completa.
Objetivo:
Investigar a relação entre o subteste de constância de forma e as habilidades do processamento auditivo temporal em crianças com TPAC.
Metodologia:
O presente estudo, aprovado pelo Comitê de Ética, foi conduzido na Clínica-Escola de Fonoaudiologia da UFPB. Os critérios de inclusão estabeleceram a participação de 09 voluntários com idades entre 7 e 10 anos, de ambos os sexos, com limiares audiométricos normais e alteração na habilidade de constância de forma avaliada através do Teste de Desenvolvimento da Percepção Visual - 2 (DTVP-2) que tem como objetivo avaliar diferentes habilidades viso-motoras e percepto-visuais inter-relacionadas. A coleta de dados envolveu a aplicação dos testes PPS e GIN para avaliar o processamento temporal.
Resultados:
Os resultados do subteste de constância de forma revelaram um desempenho muito inferior, ou seja, abaixo do esperado para essa habilidade visual nas crianças avaliadas. Com a avaliação dos testes de PAC observou-se que na habilidade de ordenação temporal, que avalia a identificação de sequências dos sons, 88,89% dos casos apresentaram resultados alterados. Enquanto na resolução temporal, que estuda a identificação de interrupções no estímulo sonoro ao longo do tempo, os resultados mostraram um melhor resultado, com apenas 22,22% dos casos alterados.
Portanto, crianças com baixo desempenho na habilidade visuoperceptiva de constância de forma demonstram alterações no processamento temporal, o que pode afetar sua capacidade de identificar corretamente a ordem de sons, palavras, imagens ou eventos em uma sequência específica.
Conclusão:
Sugere-se que crianças com TPAC apresentaram baixo desempenho na habilidade na constância de forma e também apresentaram dificuldades no processamento auditivo central, especialmente na ordenação temporal. Logo, destaca-se a importância de abordagens específicas no diagnóstico e intervenção para melhorar o desenvolvimento acadêmico dessas crianças
DADOS DE PUBLICAÇÃO