“POTENCIAIS AUDITIVOS DE TRONCO ENCEFÁLICO EM CRIANÇAS COM TEA: COMPORTAMENTO DA VIA AUDITIVA PERANTE VARIAÇÃO DA VELOCIDADE DO ESTÍMULO CLIQUE”.
NASCIMENTO, J.A ;
CRUZ, L.F ;
ANDRADE,C.L.O ;
Introdução: O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por padrões persistentes e desafiadores na comunicação social e comportamentos repetitivos e restritivos sendo as alterações sensoriais auditivas uma das mais prevalentes atingindo cerca de 50% dos indivíduos. Estudos desenvolvidos com uso dos potenciais evocados auditivos relatam alterações em vias auditivas subcorticais e corticais de crianças com TEA. Sobre os potenciais de curta latência estudos com uso do exame de Potencial Auditivo de Trono Encefálico (PEATE), tem apontado alterações como latências mais longas para as ondas III e V e intervalos interpicos I-III e I-V aumentados, além de maior amplitude de onda I comparada a onda V, podendo apresentar um ou mais parâmetros alterados. Tratando-se de indivíduos com TEA, pesquisas apontam alterações em tronco encefálico caracterizada por comprometimentos estruturais e funcionais (prejuízo na eficácia sináptica, na camada de mielina, no diâmetro dos axônios, e na quantidade de neurônios em núcleos cocleares e complexo olivar). Fatores não patológicos também podem influenciar nas latências do PEATE, como os parâmetros de estimulação utilizados, dentre eles, a intensidade e a velocidade de apresentação do estímulo acústico. Objetivo: Avaliar o que tem sido publicado sobre o comportamento neural em tronco encefálico de crianças com TEA em diferentes velocidades do estímulo clique. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica onde foram utilizados os descritores associados Evoked Potentials, Auditory, Brain Stem, Evoked Potentials, Auditory, Autism Spectrum Disorder e Autistic Disorder em busca avançada por assunto pelo portal de pesquisa Periódico Capes, por reunir as principais bases de dados em pesquisa, foram selecionados apenas os artigos científicos que se propuseram a investigar o PEATE em indivíduos com TEA catalogado os parâmentros de velocidade utilizados e resultados encontrados. Resultados: A partir do cruzamento dos descritores foram encontrados um total de artigos, contudo apenas 14 correlacionaram com a proposta de avaliação clínica por meio do PEATE. Foi observado que apenas uma velocidade foi testada na totalidade dos artigos encontrados e apenas 9 artigos especificaram as velocidades do estímulo por segundo aplicada (30,1; 13; 39,1; 25; 16; 10; 19;7; 19,) prevalecendo a medida de 19 estímulos por segundo. Discussão: Em normoouvintes já foi possível identificar que ao aumentar a velocidade de apresentação do estímulo acústico há um prejuízo na transmissão sináptica diminuindo a reprodutibilidade das ondas. Um estudo realizado com essa população evidenciou que ao aumentar a velocidade de apresentação do estímulo acústico de 19 para 57.7 c/s, as latências absolutas das ondas I, III e V aumentaram, e as amplitudes, diminuíram consideravelmente. Mesmo diante a variabilidade de taxa de estimulação do utilizada há um predomínio das alterações de latências absolutas e intervalos-interpicos das ondas do PEATE. Conclusão: A taxa de apresentação do estímulo apresentou alta variabilidade nos estudos encontrados, o comportamento da via auditiva perante a mudança de velocidade do estímulo em cada indivíduo pode trazer informações funcionais importantes para compreensão do desempenho da via auditiva de indivíduos com TEA principalmente se estudados de forma associada aos achados clínicos e comunicativos desta população.
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