AUDIOLOGIA EDUCACIONAL E PRÁTICA FONOAUDIOLÓGICA: ESTRATÉGIAS PARA IDENTIFICAÇÃO PRECOCE E INTERVENÇÃO EM CRIANÇAS SURDAS NA PERSPECTIVA DA LIBRAS
ALVES, G. M. ;
LOURENÇO, Í. M. M ;
FERNANDES, M. G. G ;
SOUSA, A. B. M. F ;
SILVA, M. C ;
DOMINGUES, J. S. ;
CORDEIRO, A. C. F. ;
SIMI, C. C. ;
SILVA, I. M ;
Introdução: O debate em torno da educação e intervenção de crianças surdas ganhou destaque nas últimas décadas, especialmente no contexto do enfoque bilíngue. No Brasil, a reabilitação bilíngue para surdos, iniciada nos anos 1990, propõe o acesso precoce à Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e, simultaneamente, ao ensino do português como segunda língua. Essa abordagem visa a inclusão e o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças surdas, destacando o bilinguismo como uma peça-chave nesse processo. Objetivo: Investigar a atuação fonoaudiológica na audiologia educacional em contextos de bilinguismo, utilizando tanto a língua de sinais quanto a oralização como modalidades de comunicação no processo de reabilitação auditiva. Metodologia: A metodologia utilizada foi a revisão de literatura, onde os passos incluíram a identificação da questão de pesquisa, seguida por uma busca na literatura científica em bases de dados como Pubmed, Periódicos Capes e Scielo, avaliação dos artigos selecionados, análise e discussão dos resultados. A pergunta central que orientou essa pesquisa foi: "Como a audiologia educacional pode contribuir para a identificação precoce da surdez durante a fase escolar, e qual é o papel da fonoaudiologia clínica na intervenção, especialmente considerando o contexto do bilinguismo?”.Nesse contexto, foi utilizado palavras-chave como: “Bilinguismo”,“Língua de Sinais", “Audiologia”, “Crianças Surdas” e ”Intervenção Fonoaudiológica”. Os seguintes critérios de inclusão foram adotados para a seleção das produções: artigos em inglês e português, nas bases de dados e recorte temporal, utilizando o filtro “período” nos últimos 10 anos. Por outro lado, foram excluídos estudos que não estivessem disponibilizados integralmente online e de conteúdo duplicado e que não obtivessem relação com o público-alvo/crianças. Resultados e Discussão: Para compor o escopo deste trabalho foram encontrados 9 artigos. Onde 6 relacionavam o bilinguismo com a prática fonoaudiológica, variando desde periódicos até estudo experimental e nenhum especificamente relacionando a audiologia educacional à temática principal. Apesar das diferenças entre os estudos, os resultados indicam que a prática fonoaudiológica experimentou mudanças significativas ao adotar uma abordagem bilíngue para surdos, onde a Libras se encontra como língua primária (L1) e o português oral/escrito como segunda língua (L2), marcando um progresso significativo na promoção do desenvolvimento linguístico e identidade da comunidade surda. A atuação do fonoaudiólogo bilíngue não se restringe apenas à reabilitação auditiva, mas também como facilitador de relações para crianças/adolescentes surdos e suas famílias. A ênfase no acesso precoce a Libras na clínica reconhece-a como fundamental para um desenvolvimento linguístico completo e provoca revisões nas práticas terapêuticas, integrando oralidade, escrita e Libras. Além disso, a perspectiva bilíngue destaca que a Libras pode facilitar a aquisição da linguagem oral, promovendo o desenvolvimento linguístico global da pessoa surda. Conclusão: Diante dos estudos analisados, fica evidente que implementar a abordagem bilíngue no contexto fonoaudiológico é um desafio significativo, especialmente relacionados às barreiras linguísticas e comunicativas, agravadas durante a escolarização, onde a falta de uma língua comum entre pais e filhos somada a falta de aceitação por parte dos pais dificulta o processo.
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