AMPLITUDE DAS ONDAS DO PEATE EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
Silveira, G. S. ;
Junior, J. B. ;
Pinheiro, M. M. C. ;
Noll, M. J. ;
Ssilva, D. P. C. ;
Roggia, S. M. ;
Introdução: A amplitude das ondas do potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) é a correspondência entre os picos positivo e negativo da onda. Diz respeito à magnitude do potencial elétrico medido em microvolts (μV), sendo a magnitude dessa resposta dependente da quantidade de fibras nervosas que está envolvida. Desta forma, a amplitude é influenciada pela quantidade da população neuronal envolvida e da distância que essa população de neurônios está em relação ao ponto de medição. O processamento auditivo é a eficiência e a eficácia com que o sistema nervoso auditivo central (SNAC) utiliza a informação auditiva. Compreender a via auditiva com base anatômica, projeções das fibras neurais, além de ter meios de determinar o grau de atividade, contribui imperativamente para o entendimento das inúmeras disfunções que podem acometer a via auditiva. Objetivo: Estudar a amplitude das ondas do PEATE em crianças com transtorno do processamento auditivo central (TPAC). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo transversal observacional com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 46189021.2.0000.0121). Os participantes foram divididos em grupo estudo (GE) e grupo controle (GC) com faixa etária de 7 a 12 anos de ambos os sexos. Todos os participantes que apresentaram média tritonal (500, 1000 e 2000 Hz) dentro dos padrões de normalidade e curva timpanométrica do tipo A foram submetidos à avaliação comportamental do processamento auditivo central (PAC) e avaliação eletrofisiológica com o PEATE neurodiagnóstico. Foram analisadas as latências absolutas das ondas I, III e V, os intervalos interpicos I-III, III-V e I-V, a diferença interaural da latência da onda V; a amplitude foi medida do pico positivo ao pico negativo da onda, em duas duas varreduras para as ondas I, III e V e para a análise da relação da amplitude das ondas V/I foram utilizados três critérios diferentes, dos quais onda V>I, relação V/I ≥ 0,75 e relação V/I ≥ 1,0. Resultados: O GE apresentou latências absolutas da onda V e latências interpicos III-V e I-V aumentadas e amplitude da onda III reduzida à orelha esquerda em relação ao GC. Além disso, constatou-se um maior número de indivíduos com alteração na relação das ondas V/I nos diferentes critérios utilizados (onda V>I, relação V/I ≥ 0,75 e relação V/I ≥ 1,0), principalmente à orelha esquerda. Conclusões: Foram encontradas diferenças estatísticas entre as respostas obtidas pelo GC e GE apenas para a amplitude da onda III na orelha esquerda. No entanto, constatou-se um maior número de respostas alteradas no GE, comparado ao GC, em todos os critérios de normalidade utilizados, o que sugere que novos estudos, com maiores amostras, sejam realizados.
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