AUDBILITY: PROTOCOLO DE BATERIA MÍNIMA DE TRIAGEM DAS HABILIDADES AUDITIVAS EM CRIANÇAS COM E SEM DIFICULDADES ESCOLARES
Lemos, A. C. P. ;
Carvalho, N. G. ;
Ubiali, T. ;
CARVALHO, B. R. ;
COLELLA-SANTOS, M.F. ;
AMARAL, M. I. R. ;
Introdução: O AudBility é um programa de triagem das habilidades auditivas desenvolvido
recentemente no Brasil. Estudos iniciais e de validação destacaram o AudBility como eficaz
e, dentre os resultados, apresentaram uma proposta de bateria mínima visando a redução do
tempo de aplicação, que ainda não foi validada. Objetivo: Descrever o desempenho de
crianças com e sem dificuldades escolares na triagem das habilidades auditivas com base em
um protocolo mínimo do programa AudBility. Método: Estudo descritivo e comparativo,
corte transversal, aprovado pelo Comitê de Ética (#6.216.032) e realizado em parceria com
uma escola da Rede Pública. Participaram 63 crianças, 30 meninos, média de idade
7,78+0,65anos, falantes nativas do português, sem alterações auditivas periféricas
identificadas na avaliação audiológica básica, sem síndromes ou transtornos do
neurodesenvolvimento e com desempenho mínimo nível III - na média ou acima da média da
capacidade intelectual - no Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven. Os
procedimentos foram: Teste de Desempenho Escolar (TDE II) e protocolo do AudBility,
composto pelo questionário de autopercepção do programa (QAPAC) e tarefas de integração
binaural (IB), resolução temporal (RT) e ordenação temporal de frequência (OT-F). A partir
do desempenho obtido no TDE II, os participantes foram divididos em: 48 crianças com bom
desempenho escolar (G1) e 15 crianças com dificuldade escolar (G2). Os resultados foram
analisados a partir da estatística descritiva e em relação ao critério de passa/falha de cada
tarefa e do questionário. Resultados: No G1, a média de desempenho de acertos na tarefa de
IB foi de 91,15%+7,38 na orelha direita (OD) e 86,25%+8,66 na orelha esquerda (OE), sendo
que 15 crianças falharam. Nenhuma criança falhou na tarefa de RT, com limiar médio de
4ms; e na tarefa de OT-F a média de acertos foi 90,42%+17,5 (OD) e 86,67%+17,18 (OE),
com 13 crianças que falharam. Ainda no G1, o escore médio do questionário QAPAC foi
45,04+5,93, acima do corte de risco para o transtorno do processamento auditivo (TPAC) e
19 crianças falharam. No G2, a média da tarefa de IB foi 85%+0,09 (OD) e 78,67%+0,21
(OE) e 12 falharam. O limiar médio de RT foi 4,13ms+0,51 e uma criança falhou. A média
de acertos de OT-F foi 85,33%+0,15 (OD) e 84%+0,21 (OE) e sete falharam. Já no
QAPAC o escore médio foi de 40,53+8,38, abaixo do corte de risco e oito falharam. 13
crianças não apresentaram nenhuma alteração, sendo todas do G1. Considerando ao menos
uma tarefa alterada, 26 escolares do G1 (54,16%) e 14 do G2 (93,33%) apresentaram risco
para o TPAC. Além disso, nove crianças do G1 e uma do G2 apresentaram risco apenas
identificado pelo QAPAC. Conclusão: As análises iniciais aqui apresentadas contribuem
para o estudo de validação da bateria mínima do programa AudBility. Os escores médios de
desempenho dos participantes do G1 estiveram alterados para a tarefa de IB na OE, enquanto
os participantes do G2 apresentaram escores médios alterados na tarefa de IB para ambas as
orelhas e também no QAPAC. Dos 63 participantes, 50 (79,36%) apresentaram alteração em
pelo menos um dos testes.
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