PERDA DE AUDIÇÃO CONDUTIVA E SINTOMAS VESTIBULARES EM CRIANÇAS: RELATO DE CASOS
ARAUJO, V.A.F. ;
RIOS, K.C.F. ;
NISHINO, L.K. ;
INTRODUÇÃO: a otite média serosa (OMS) ocorre com maior frequência durante a infância, e uma incidência em torno de 33% da população infantil no Brasil, afetando diretamente a orelha média causando perdas auditivas temporárias e, se não tratadas adequadamente, podem causar perdas auditivas permanentes. Alterações transitórias na orelha média podem causar maiores sintomas vestibulares pela inconsistência do funcionamento adequado do sistema labiríntico que pode estar sendo pressionado pela secreção presente na OMS. OBJETIVO: verificar quais as respostas de crianças com otite média serosa no Pediartric Visually Induced Questionnaire (PVID) Brasileiro e na Escala de Equilíbrio Pediátrica (EEP). METODOLOGIA: o presente estudo trata-se de uma série de casos de caráter prospectivo observacional. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição sob o parecer 061892/2023. Foram incluídos quatro pacientes do gênero masculino e um do gênero feminino, selecionados a partir da busca dos prontuários de pacientes pediátricos, entre maio de 2022 e maio de 2023, na faixa etária de cinco a dez anos, perda auditiva do tipo condutiva em uma ou ambas as orelhas comprovados (as) por meio da timpanometria do tipo B e/ou C. A convocação ocorreu via telefone e foi agendada uma data e horário para a aplicação dos protocolos PVID Brasileiro e EPP. O PVID Brasileiro consiste em 11 perguntas, com respostas de múltiplas escolhas sobre queixas vestibulares em situações e ambientes que provoquem sintomas vestíbulo-visuais e movimento visual de grande intensidade, como por exemplo, “andar de carro”, “passear no parque”, “assistir televisão” ou rolagens de telas, frequência do acontecimento, estas perguntas acompanham figuras para facilitar o entendimento. O EEP avalia o equilíbrio dinâmico, de fácil e rápida aplicação com alta confiabilidade para teste-reteste, considerando as atividades de vida diária que a criança desempenha no seu cotidiano, composta por 14 tarefas que são executadas pelo participante após instruções prévias do avaliador e se necessário a demonstração prática da tarefa e também foi realizado novo exame timpanométrico. RESULTADOS: Dos cinco pacientes estudados, quatro foram meninos (90%) e uma menina (10%), com idade entre cinco e dez anos. Os resultados da timpanometria foram mantidos no reteste. Foi observado que o protocolo PVID Brasileiro, que avalia tonturas visualmente induzidas, apresentou maior pontuação e respostas mais consistentes em relação ao EEP. No PVID Brasileiro, a pergunta que recebeu a maior frequência de acometimento foi “Usando o computador, tablets ou celular (por exemplo: ao verificar e-mails, jogar no computador)” “quase o tempo todo”, correspondendo a maior pontuação de score três em relação às outras perguntas realizadas. Já no EEP não encontramos respostas alteradas do equilíbrio dinâmico. CONCLUSÕES: Com este estudo observou-se que o questionário PVID Brasileiro é de fácil e rápida aplicação e que os sujeitos com a faixa etária estudada apresentaram maiores respostas de queixas vestibulares em relação ao EEP.
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