AMPLITUDE DAS ONDAS DO PEATE EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS
Silveira, G.deS. ;
Noll, M.J. ;
Ferreira, T.M.S. ;
Bernardes, L.deM. ;
Silva, D.P.C.da ;
Roggia, S.M. ;
Introdução: A avaliação eletrofisiológica mais difundida clinicamente para fins de neurodiagnóstico é o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) com estímulo clique, capaz de fornecer informações a respeito da integridade da via auditiva no tronco encefálico. Um dos parâmetros que pode ser analisado é a amplitude das ondas, porém essa é uma medida pouco explorada na rotina clínica e não apresenta padrões de normalidade bem definidos. Objetivo: Analisar a influência da idade na amplitude das ondas do PEATE. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal aprovado pelo comitê de ética do local do qual ele foi realizado. Foram avaliados 43 indivíduos normo-ouvintes e sem queixas auditivas; 10 crianças (idade média de 7,5 anos) e 33 adultos (idade média de 24 anos); de ambos os sexos. Foram incluídos apenas indivíduos com resultados dentro dos padrões de normalidade na avaliação audiológica básica e com latências absolutas das ondas I, III e V, bem como intervalos interpicos I-III, III-V e I-V dentro dos padrões de normalidade. O PEATE foi realizado com estímulo clique, com taxa de estimulação de 21.1 cliques por segundo, 2048 estímulos apresentados de forma monoaural via fones de inserção 3A, janela de registro de 12ms, polaridade rarefeita, filtros de 100Hz e 3000Hz e intensidade de 80dBNA. O teste utilizado foi o não paramétrico de Mann-Whitney. Resultados: Na comparação da amplitude das ondas I, III e V do PEATE de crianças e adultos, a diferença foi significativa apenas para a amplitude da onda III à orelha esquerda, na qual as crianças tiveram maiores amplitudes quando comparadas aos adultos (p=0,018). Ademais, ao verificar a relação da amplitude V/I entre adultos e crianças não houve diferença estatística para ambas as orelhas. Conclusões: Não foram encontradas diferenças entre as amplitudes das ondas do PEATE entre os grupos estudados, exceto para a onda III da orelha esquerda, que teve uma maior amplitude no grupo de crianças. Acredita-se que o resultado obtido possa ter sido decorrente do pequeno tamanho da amostra do grupo de crianças, tendo em vista que do ponto de vista maturacional esse resultado não seria esperado. Sugere-se, portanto, a realização de mais estudos sobre esse tema, com maiores números de sujeitos.
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