REABILITAÇÃO VESTIBULAR NA SÍNDROME DA DEISCÊNCIA DO CANAL SEMICIRCULAR SUPERIOR: ESTUDO DE CASO CLÍNICO
Calixto, C.A.S. ;
Vieira, T.A.L.S. ;
Lopes, K.C. ;
Ganança, F.F. ;
BRANCO-BARREIRO, F.C.A. ;
RESUMO: Deiscência do canal semicircular superior (DCSCS) é uma falha na camada óssea que recobre o canal semicircular superior, que pode causar vertigem e/ou nistagmo na exposição à estímulos sonoros intensos (Fenômeno de Túllio) ou a modificações de pressão dentro da orelha média (Fenômeno de Hennebert). A reabilitação vestibular (RV) é uma forma especializada de terapia destinada a aliviar problemas causados por alterações vestibulares, principalmente vertigem e tontura, instabilidade do olhar e / ou desequilíbrio corporal e quedas. Consiste em um plano de exercícios personalizados elaborados a partir dos achados da avaliação clínica e informações dos pacientes. Embora a reabilitação vestibular seja considerada um tratamento conservador para os sintomas decorrentes da DCSCS e, existam fortes evidências sobre o uso da reabilitação vestibular na presença de hipofunção vestibular, existe escassez de estudos sobre seus efeitos na DCSCS. OBJETIVO: descrever o processo terapêutico da reabilitação vestibular e seus efeitos sobre sintomas otoneurológicos, equilibrio corporal e qualidade de vida em um paciente com SDCSCS. MÉTODO: Estudo observacional e de braço único. Foi descrito um caso clínico de paciente com diagnóstico médico de Deiscência do Canal Semicircular Superior, atendido em um hospital escola no município de São Paulo em 2021. DESCRIÇÃO DO CASO: O paciente é um homem de 64 anos, com ensino superior completo. Relatou início súbito dos sintomas há três anos, durante exposição inesperada a som intenso: tontura com duração de segundos, acompanhada por sintomas neurovegetativos, plenitude aural, instabilidade corporal e sensação de queda. Após esse evento, persistiu com os sintomas quando exposto a sons súbitos e intensos. Paciente com queixa de hipersensibilidade a sons. A avaliação pré-reabilitação vestibular mostrou baixo risco de queda (TUG com dupla tarefa motora e TSL), tontura de intensidade e incômodo severos (EVA), e com leve restrição à participação em atividades de vida diária (DHI). Foram realizadas seis sessões de reabilitação vestibular com supervisão fonoaudiológica com exercícios para aumentar a estabilidade do olhar, o equilibrio corporal e estimular a re-ponderação sensorial, além dos exercícios domiciliares diários. O paciente foi orientado com relação a estilo de vida saudável, condições da DCSCS, a descrever os sintomas vestibulares por meio de um diário e a realizar enriquecimento sonoro para dessensibilização auditiva. A comparação das medidas de resultados pré- e pós-RV mostraram que houve melhora dos sintomas vestibulares e diminuição do risco de queda. CONCLUSÃO: O método exposto e os resultados alcançados apontam para a RV como uma ferramenta importante na recuperação da funcionalidade da pessoa com SDCSCS.
DADOS DE PUBLICAÇÃO