TRANSTORNO DO ZUMBIDO E AVALIAÇÃO PSICOACÚSTICA: UMA ANÁLISE DA ACUFENOMETRIA
Lourenço, I.P.A. ;
Moreira, H.G. ;
Mavavolta, V.C. ;
Garcia, M.V. ;
Introdução: Um dos métodos mais antigos para avaliação do zumbido utilizado atualmente é a acufenometria, porém ainda existem falhas na padronização de protocolos. Por mais que seja uma técnica muito relatada, a descrição do sujeito nem sempre é fácil pois a correspondência de tons é difícil se não houver elemento tonal no zumbido. Assim, é de grande valia, conhecer a forma que os pesquisadores e fonoaudiólogos clínicos têm conduzido as medidas psicoacústicas e quais resultados têm sido observados. A acufenometria pode causar sofrimento, incentivando o foco no volume e no tom do zumbido, mas por outro lado, pode também tranquilizar o indivíduo saber numericamente sobre seu sintoma. Sendo assim, a mesma serve como ferramenta de orientação ao indivíduo e é imprescindível em algumas técnicas de intervenção. Objetivo: Analisar os resultados da acufenometria (frequência e intensidade) em indivíduos com transtorno do zumbido. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, inscrito sob o número 57700721.0.0000.5346. Participaram do estudo 49 indivíduos, com idades entre 23 e 77 anos (m-idade=52 anos), de ambos os sexos (12 homens e 37 mulheres), com tempo de percepção do zumbido maior ou igual a 3 meses, incômodo e volume com nota EVA mínima de 5 pontos e zumbido de grau I. Todos os sujeitos foram submetidos a uma anamnese, meatoscopia, audiometria tonal liminar, logoaudiometria, medidas de imitância acústica, ao Tinnitus Handicap Inventory e a Escala Visual Analógica, considerando o incômodo e intensidade. Posteriormente, como procedimento de pesquisa, foi realizada a acufenometria, em uma cabina isolada acústica e usando um audiômetro. O procedimento foi realizado na orelha de pior percepção ou na direita (caso a percepção fosse igual), sendo apresentado três estímulos em frequências diferentes com 30dBNPS acima do limiar de audibilidade do sujeito, que dentre as apresentações, devia indicar a frequência que mais parece com o seu zumbido. De três, reduz-se à duas apresentações até chegar na frequência mais próxima pela percepção relatada. Após a realização deste, foi mensurado o volume, do qual foi acrescido 1dBNPS, acima do limiar de audibilidade da frequência encontrada e com aumento gradual, o indivíduo deveria levantar a mão quando o volume do estímulo o mais próximo do volume do seu zumbido. Resultados: Evidenciou-se uma frequência média de 4000 Hz (min=500Hz; máx=8000Hz) e para o volume uma intensidade média de 14 dBNS (min=1dB; max=40dB). Tais achados demonstram a variabilidade para as características psicoacústicas encontradas. Conclusão: A acufenometria encontrada na pesquisa, vai ao encontro dos achados da literatura e é uma ferramenta para orientar o sujeito com transtorno do zumbido. É de extrema importância que o profissional seja sensível ao entender a necessidade de tal procedimento na avaliação e manejo de seus pacientes, buscando entender se vai contribuir no processo ou aumentar a angústia do portador.
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