COBERTURA DE TESTES VESTIBULARES/OTONEUROLOGICOS NO BRASIL ENTRE 2012 E 2022
Goodgloves, L. M. ;
Meira, T. C. ;
INTRODUÇÃO: Queixa de vertigem e tontura são comuns, especialmente entre idosos, e são fatores predisponentes para quedas, que podem levar a internação e óbito. Os testes vestibulares/otoneurológicos têm papel crucial na detecção precoce das alterações relacionadas ao equilíbrio corporal, estes analisam o funcionamento do labirinto e suas correlações com outros órgãos e sistemas. Assim, é necessária a cobertura efetiva desses procedimentos, visando a detecção precoce, a promoção da saúde e também a redução dos custos associados ao tratamento de complicações decorrentes de alterações do equilíbrio corporal. OBJETIVO: Estimar a cobertura de procedimentos de testes vestibulares/otoneurológicos nos serviços ambulatoriais na rede assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo, de desenho ecológico misto (espacial e temporal), no qual as unidades de análise foram Brasil, Regiões e Unidades da Federação (UF), para as quais foi estimada a cobertura de procedimentos de testes vestibulares/otoneurológicos (código 02.11.07.035-1), de acordo com ano-calendário, no período de 2012-2022. Foram utilizados dados secundários de três fontes: Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS) para obtenção do número de procedimentos; Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) para a obtenção de dados da população e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para identificação da população beneficiária de planos de saúde. Esses dados foram obtidos por meio do TabNet do DATASUS. A cobertura foi estimada considerando a população usuária do SUS de 15 anos ou mais. RESULTADOS: No Brasil, entre 2012 e 2022 foram registrados 229.413 testes vestibulares no SUS. A cobertura passou de 15,9/100.000hab. em 2012 para 21,2/100.000hab. em 2022, aumento de 34%; e o ano com a menor cobertura foi 2020 (11,3/100.000hab.). As regiões com as maiores coberturas foram Centro-Oeste e Sudeste, chegando a 50,5/100.000hab. em 2021 no Centro-Oeste. E as menores coberturas foram nas regiões Sul e Nordeste, nesta última chegou a 2,3/100.000hab. em 2020. Na maioria das regiões observou-se aumento na cobertura quando comparado 2012 e 2022, apenas na região Nordeste houve redução (56,5%). Quanto à distribuição do procedimento por UF, observa-se que Tocantins não realizou o procedimento no período e outros 14 Estados não realizaram em pelo menos um dos anos em análise. A maior cobertura dos testes foi identificada em Goiás (107,7/100.000hab. em 2021) e no Distrito Federal (101,3/100.000hab. em 2017). CONCLUSÕES: A cobertura de testes vestibulares/otoneurológicos é baixa em todo o País e houve pouco incremento nos últimos 10 anos, além disso, foram observadas diferenças entre as regiões e UF. Esses achados demonstram a necessidade de ampliação da oferta desse procedimento e a existência de barreiras e desafios que precisam ser superados para garantir o acesso equitativo aos testes vestibulares e a detecção precoce de alterações do equilíbrio em todo País.
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