DESENVOLVIMENTO DA AUDIÇÃO E LINGUAGEM EM UM PACIENTE COM HIDROCEFALIA PÓS-HEMORRÁGICA: RELATO DE CASO
BEZERRA, M.V. ;
BRITTO, D.B.L. de A. ;
DUARTE, D.S.B. ;
QUEIROZ, J.P.S. de ;
SILVA, A.K. de L. ;
MELO, S.C.S. de ;
MELO, L.P.F. de ;
MOURA, L.S.C.G. de A. ;
ADVÍNCULA, K.P. ;
Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal encontra-se dentro do programa de saúde auditiva, objetivando promoção à saúde, detecção e intervenção perante a perda auditiva em neonatos e lactentes, sendo considerado uma etapa importante para a identificação precoce das alterações auditivas. Todos os neonatos ao nascerem, com ou sem indicador de risco, precisam realizar os exames recomendados entre as primeiras 24 ou 48 horas de nascido e, os bebês com indicadores de risco devem passar por um monitoramento auditivo pelos primeiros três anos de vida. Objetivo: descrever o caso de uma paciente portadora de hidrocefalia pós-hemorrágica grau III e seu desenvolvimento da audição e da linguagem. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, do tipo transversal e observacional aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos - nº 6.071.305. As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário e registro fotográfico dos métodos diagnósticos. Resultados: Paciente M.H.C.C, sexo feminino, quatro meses de idade cronológica e zero meses de idade corrigida, nasceu
de 24 semanas, muito baixo peso, pequena pra idade gestacional, permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva por três meses e fez uso de aminoglicosídeos por um período superior há seis dias. Apresentou hipóxia perinatal, hidrocefalia pós-hemorrágica grau III, com moderada dilatação dos ventrículos laterais e afilamento do corpo caloso. A mãe da bebê fez uso de álcool durante o período gestacional. Ainda na maternidade, a paciente realizou as emissões otoacústicas evocadas transientes, com resultado de “passa” bilateralmente, sendo encaminhada para um serviço de monitoramento auditivo de uma clínica-escola. Lá foi realizado emissões otoacústicas evocadas transientes, avaliação instrumental, potencial evocado auditivo de tronco encefálico, Instrumento de rastreio da comunicação de crianças - 0 a 36 meses e avaliação da aquisição e desenvolvimento da linguagem oral. A paciente apresentou resultado de “passa” bilateralmente nas emissões otoacústicas evocadas transientes, presença de reflexo cócleo-palpebral. No Potencial evocado auditivo de tronco encefálico, a paciente apresentou limiares eletrofisiológicos em 40 dBNAn bilateralmente e aumento dos intervalos interpicos I/V, esperado para a faixa etária. A primeira avaliação instrumental foi realizada com quatro meses, onde a paciente apresentou respostas reflexas e atenção ao som, adequadas para o desenvolvimento auditivo para a faixa etária. Com sete meses, ela apresentou localização direta da fonte sonora assistemática nos planos laterais e atenção ao som percutido acima e abaixo, incompatíveis com o desenvolvimento auditivo para a idade. Em relação ao Instrumento de rastreio da comunicação, a paciente apresentou alteração no desenvolvimento da comunicação para a idade cronológica e atenção para a idade corrigida. Na avaliação fonoaudiológica, a paciente reagiu aos sons do dia a dia, demonstrou interesse por brinquedos coloridos, fez contato visual, sorriu, demonstrou atenção, vocalizou um som onde a responsável relatou que tudo a paciente vocaliza o mesmo som e se nina quando quer dormir. A fonoaudióloga realizou orientações para estimulação da criança em relação ao desenvolvimento da linguagem e da audição e retorno em três meses. Conclusão: A hidrocefalia pós-hemorrágica grau III pode causar atrasos no desenvolvimento auditivo e de linguagem.
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