39º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

NEUROTOXICIDADE E AUDIÇÃO INFANTIL – UMA REVISÃO DE ESCOPO
LMI ; CHC ; ACFC ; GIL D ;

Introdução. A neurotoxicidade é definida como um dano causado ao sistema nervoso central devido à exposição a substâncias tóxicas, podendo acarretar consequências irreversíveis. Algumas destas substâncias, por vezes, são necessárias para o tratamento de algumas doenças, como o câncer. O câncer infantil, atualmente, tem como tratamentos de escolha a combinação de quimioterapia e radioterapia. Dentre os medicamentos anticancerígenos, encontram-se os derivados da platina, como a carboplatina e a cisplatina, estas, embora eficazes contra o câncer infantil, podem ser ototóxicas e/ou neurotóxicas. Entre os prejuízos ocasionados estão os danos à estrutura interna da cóclea que pode levar à perda auditiva caracterizada como neurossensorial, bilateral e simétrica. Exames são utilizados para avaliar os efeitos ototóxicos dos derivados da platina, como a audiometria tonal liminar convencional e de altas frequências e as emissões otoacústicas, as quais avaliam a via auditiva periférica. O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e a avaliação do Processamento Auditivo Central podem ser utilizados para investigar o potencial neurotóxico deste tipo de tratamento. Objetivo. Mapear o estado atual das pesquisas, compreendendo a extensão e as evidências científicas sobre a neurotoxicidade e a audição infantil. Metodologia. O estudo trata-se de uma revisão de escopo, que seguiu uma metodologia estabelecida. As buscas foram realizadas nas bases de dados: PubMed, EMBASE, LILACS e Cochrane Library. O processo de seleção foi dividido em: leitura dos títulos e resumos, e leitura na íntegra dos estudos pré-selecionados. Foi necessário criar um instrumento próprio para a análise dos artigos encontrados mapeando os autores, caracterização da amostra, dados do método e dados dos resultados. Foram incluídas crianças de 0-12 anos, que tivessem realizado quimioterapia com drogas ototóxicas e com exames que avaliassem a via auditiva central. Foram incluídos estudos que estivessem nos idiomas português, inglês ou espanhol. Resultados. Foram encontrados 429 artigos nas bases de dados eletrônicas. Excluímos os artigos duplicados (n=26), restando 409 artigos. Dentre estes 409 artigos válidos para a análise, nenhum deles utilizou a avaliação comportamental de Processamento Auditivo Central para avaliação, demonstrando a necessidade de se investir em pesquisas nesta área. Após, a leitura dos títulos e resumos foram excluídos 405 artigos, por não corresponderem aos critérios de inclusão. Entre os artigos incluídos, observou-se que o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico é um exame objetivo, eletrofisiológico que avalia a via auditiva do nervo auditivo até o tronco encefálico, contudo a maioria esmagadora ainda busca apenas avaliar o sistema auditivo periférico, por meio da audiometria tonal e/ou vocal, e/ou emissões otoacústicas. Entretanto, o mesmo foi utilizado em 100% das vezes em que buscou-se avaliação da via auditiva central. Ao final, após a leitura completa, apenas 01 estudo adequou-se aos critérios de inclusão, o qual demonstrou resultados normais no PEATE apesar do tratamento com carboplatina. Conclusão. Há escassez de estudos específicos buscando avaliar a neurotoxicidade frente ao uso dos quimioterápicos. Recomenda-se que mais estudos sejam realizados sobre o uso de drogas ototóxicas e sua relação com o sistema auditivo central.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1262
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1262



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