RASTREIO DE ALTERAÇÕES DAS HABILIDADES AUDITIVAS TEMPORAIS EM INDIVÍDUOS COM GAGUEIRA ATRAVÉS DO USO DE ESCALA DE RASTREIO
Paschoal, A. V. C. ;
Picoloto, L. A. ;
de Oliveira, C. M. C. ;
Cardoso, A. C. V. ;
Introdução: A relação entre processamento auditivo central (PAC) e os transtornos da comunicação humana tem sido objetivo de diversos estudos nas últimas décadas. Identificar desordens que possam coexistir com as alterações no neurodesenvolvimento possibilita maior compreensão do caso e possibilidade de intervenções. Frequentemente os aspectos temporais da audição encontram-se alterados em indivíduos com gagueira, sendo assim, seria de grande importância a utilização de mecanismos de rastreio que possam identificar a presença de alterações auditivas nestes indivíduos. Objetivo: Comparar o desempenho na avaliação das habilidades temporais da audição de indivíduos de risco para alteração no PAC com o desempenho de indivíduos sem risco para alteração no PAC. Metodologia: Participaram deste estudo 20 indivíduos com gagueira, de ambos os sexos, com idade entre 7 e 18 anos, que foram divididos em dois grupos: Grupo com indicação de risco para alteração no PAC (G1), composto por 10 indivíduos, com idade variando entre 7 e 18 anos (média de 10,8 anos) e; Grupo sem indicação de risco para alteração no PAC (G2), composto por 10 indivíduos com idade variando entre 7 e 17 anos (média de 10,2 anos). Os responsáveis pelos indivíduos participantes responderam à Scale of Auditory Behavior (escala SAB) e posteriormente foi realizada avaliação audiológica básica e aplicação de testes comportamentais que avaliaram o processamento temporal(Teste de Padrão de Frequência (TPF), Teste de Padrão de Duração (TPD) e Random Gap Detection Test(RGDT). Após a conclusão da avaliação os indivíduos foram separados em grupos para a análise dos dados. Resultados: A média do escore do SAB do G1 foi de 33,4 pontos, enquanto do G2 foi de 52,1 pontos. O comportamento auditivo com maior índice de alteração, em ambos os grupos, foi a “Desorganização” (média de 2,9 pontos), seguido por “Facilmente distraídos”, sendo a média de 2,4 pontos para o G1 e 3,7 pontos para o G2. Também se comparou o escore final da escala SAB com os resultados dos testes e se observou que, em ambos os grupos,60% dos indivíduos apresentaram alteração no TPF, 40% no TPD e 40% no RGDT. Conclusão: Na população avaliada a escala SAB demonstrou grande variabilidade dos resultados, visto que tanto o grupo com pontuação compatível com risco para alteração no PAC quanto o grupo sem risco apresentaram desempenho semelhante nos testes que avaliaram o processamento temporal.
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