39º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

A MUDANÇA NA PERCEPÇÃO DA AUDIÇÃO AUMENTOU AS CHANCES DE QUEDAS ENTRE PESSOAS IDOSAS DURANTE A PANDEMIA? ANÁLISE DE UMA COORTE NO SUL DO BRASIL
BARROS, V. N. ; FIGUEIRÓ, T. H. ; HILLESHEIM, D. ; D'ORSI, E. ;

Introdução: A ocorrência de quedas em idosos representa uma questão de saúde pública, uma vez que cerca de 28% a 35% dos idosos sofrem algum episódio a cada ano, porcentagem que aumenta após os 70 anos de idade. Assim como a incidência de quedas, a perda auditiva é uma condição frequente na população idosa. A perda auditiva relacionada ao envelhecimento é comum entre os idosos e está atrelada a consequências importantes, como fragilidade física, déficits cognitivos, isolamento social e depressão. Quedas e deficiências auditivas em idosos, individualmente, são fatores relevantes que impactam a funcionalidade, autonomia e saúde dessa população. Compreender a relação entre a mudança na percepção auditiva e a ocorrência de quedas em idosos do sul do Brasil, no período pandêmico, não apenas enriquecerá o conhecimento científico acerca dos impactos da pandemia, mas também terá o potencial de reforçar as políticas de prevenção de quedas e promoção da saúde auditiva. Objetivo: Investigar a associação entre a mudança na percepção da audição com a ocorrência de quedas entre idosos durante a pandemia de COVID-19. Metodologia: Tratou-se de um estudo longitudinal, com dados da terceira onda de entrevistas domiciliares (2017/2019) e da quarta onda de entrevistas por telefone do estudo EpiFloripa Idoso (2021/2022), uma coorte de base populacional com idosos de 60 anos ou mais, realizada na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. A ocorrência de queda no último ano (durante a pandemia da COVID-19) foi definida como a variável dependente neste estudo, enquanto a mudança na percepção da audição, de uma onda para a outra, foi a variável independente (manteve sem dificuldade auditiva; passou a ter dificuldade auditiva; deixou de ter dificuldade auditiva; manteve com dificuldade auditiva). Foi realizada análise de Regressão Logística, ajustada para fatores de confusão, para identificar a relação entre a mudança na percepção da perda auditiva entre a terceira e a quarta onda do estudo com a ocorrência de quedas durante a pandemia. O estudo EpiFloripa recebeu aprovação do CEP nas duas ondas analisadas. Resultados: Participaram do estudo 289 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (69,1%), na faixa etária de 70 a 79 anos (53,4%) e com 12 anos ou mais de escolaridade (41,0%). Pessoas idosas que se mantiveram com dificuldade auditiva apresentaram 181% mais chance (OR=2,81; IC95%= 1,08-7,30; p=0,034) de sofrer queda, quando comparado com as pessoas que se mantiveram sem dificuldade auditiva. Conclusão: Constatou-se que após ajuste do modelo para fatores de confusão, pessoas idosas de uma subamostra do Estudo EpiFloripa Idoso que se mantiveram com dificuldade auditiva entre as duas ondas apresentaram 181% mais chance de sofrer queda, quando comparado com seus pares que se mantiveram sem dificuldade auditiva. Esses resultados sugerem a necessidade de intervenções que visem a reabilitação auditiva. Ainda, uma abordagem integrada e multifacetada é fundamental para mitigar os riscos de quedas neste grupo etário, considerando tanto as necessidades auditivas quanto as medidas de prevenção de quedas.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1276
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1276



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