USO DE APLICATIVO PARA TRIAGEM AUDITIVA EM IDOSOS
OLIVEIRA, A. M. ;
SOUZA, L. P. ;
BARBUI, T. R. M. ;
VEDOVATO, G. L. ;
SA, N. C. ;
MARQUES, Y. S. ;
MOREIRA, P. G. I. ;
LUIZ, A. L. F. ;
FRIZZO, A. C. F. ;
JOSÉ, M. R. ;
Introdução: As ferramentas de triagem auditiva possibilitam a identificação de pessoas com risco de perda auditiva de forma mais acessível e simplificada, favorecendo o diagnóstico e a intervenção precoce. Objetivo: analisar a concordância entre os limiares obtidos por condução aérea por meio de um aplicativo em smartphone com os limiares verificados na audiometria tonal liminar. Metodologia: O delineamento do estudo foi observacional, transversal e analítico. Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos (parecer nº 6.481.380), 22 participantes (idade média= 70,1 ± 13,9), foram convidados para participação no estudo durante seus atendimentos para avaliação audiológica em uma clínica escola. Foram excluídos aqueles indivíduos com dificuldades de compreensão ou cognitivas autorrelatadas. A triagem auditiva foi realizada por meio da pesquisa dos limiares tonais por condução aérea nas frequências de 250, 500, 1000, 2000, 4000 e 8000 Hz em cada uma das orelhas, utilizando o aplicativo Hearing Analyzer Lite 5.0, disponível gratuitamente na App Store (sistema operacional iOS), instalado em um smartphone acoplado a fones de ouvido (marca Elsys, modelo EAF042ANC1, com cancelamento de ruído). O local para realização da triagem foi uma sala silenciosa, sem tratamento acústico, onde o participante foi posicionado sentado em uma cadeira e orientado a levantar a mão todas as vezes que ouvisse os estímulos auditivos de tom modulado. O ruído médio do ambiente durante a realização da triagem foi de 44,8 ± 4,65, mensurado por meio do aplicativo Decibelímetro, instalado em um tablet (marca Samsung, modelo Tab3 Lite). Os limiares tonais obtidos por meio da triagem auditiva foram comparados com os limiares da audiometria tonal liminar realizada por fonoaudiólogas do serviço em que o estudo foi realizado, pesquisando os limiares aéreos das frequências de 250 a 8000 Hz para orelha direita (OD) e esquerda (OE), em cabina acusticamente tratada. Foi realizada a imitanciometria com o objetivo de avaliar as condições tímpano-ossiculares e a integridade da via auditiva e para confirmação dos limiares aéreos tonais e verificação da capacidade de detecção ou reconhecimento de palavras foi realizada a logoaudiometria. Para analisar a diferença entre a aplicação dos dois métodos foram realizados os testes T-Student, Bland-Altman e regressão linear simples. Resultados: Somente foi observada concordância entre os limiares tonais obtidos por meio do aplicativo Hearing Analyzer Lite 5.0 e a audiometria tonal liminar realizada em cabine audiométrica (teste t-Student), nas frequências de 250Hz da OD (p=0,199) e 8000Hz da OD (p=0,865) e OE (p=0,383). É sugerido que os limiares obtidos pela audiometria tonal liminar em ambiente clínico têm relativa concordância com os limiares obtidos por meio do aplicativo na maioria das frequências analisadas, nas duas orelhas, porém, os valores médios da diferença entre os dois métodos não se aproximaram do valor zero (Bland-Altman). Foi observado viés de proporção (regressão linear simples) na frequência de 8000 Hz da OD (p=0,021) e OE (p=0,012). Conclusão: Não foi observada concordância entre os limiares tonais por condução aérea obtidos com um aplicativo instalado em um smartphone com aqueles limiares verificados na audiometria tonal liminar em ambiente clínico.
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