CARACTERÍSTICAS DO ACESSO, FREQUÊNCIA E ENGAJAMENTO EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO AUDITIVA INFANTIL VIA TELEFONOAUDIOLOGIA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
dos Santos, I.R.D. ;
Araujo, A.D.S.N ;
Balen, S.A. ;
Santos, I.P.S. ;
Santos, M.G.S. ;
Pinto, R.M. ;
Morais, A.H.F. ;
Valentim, R.A.M. ;
Brazorotto, J.S. ;
Introdução: A reabilitação auditiva infantil por meio da telessaúde já foi demonstrada efetiva em países desenvolvidos. No entanto, no Brasil, apesar da vasta dimensão territorial e das falhas no acesso da população aos serviços especializados, ainda há poucos estudos acerca de programas de reabilitação auditiva na infância por meio da saúde digital. Objetivo: caracterizar um modelo de reabilitação auditiva infantil ofertado em um serviço de saúde auditiva do SUS, analisando o acesso dos participantes, sua frequência e engajamento. Métodos: estudo descritivo, exploratório e prospectivo, aprovado em CEP institucional, número de parecer 5.272.705, realizado em um serviço de alta complexidade do Sistema Único de Saúde, de natureza filantrópica, em parceria com pesquisadores de um núcleo de telessaúde. A amostra de conveniência foi composta por 25 famílias de crianças com deficiência auditiva, com perdas de diferentes graus, usuárias de dispositivos auditivos e com idades entre 3 e 11 anos. As famílias residiam entre 1 km e 214 km de distância do serviço, 57% dos cuidadores tinham ensino médio completo e houve predominância do estrato socioeconômico D-E. Foram realizadas 364 teleconsultas em um período de 10 meses, com duração aproximada de 30 minutos, em modelo síncrono, na plataforma de telessaúde do referido núcleo. Os atendimentos estiveram pautados no Método Aurioral e adicionalmente utilizou-se da ferramenta de televideofeedback, conforme a necessidade específica, para a capacitação parental. Os dados referentes às características de acesso, frequência e engajamento nas teleconsultas foram tabulados em uma planilha Excel® e realizou-se a análise descritiva. Resultados: Todas as famílias participantes possuíam infraestrutura básica de rede de fibra óptica e acesso à internet, sendo que a maioria utilizava smartphones para as consultas. A frequência foi de 73,7% e a taxa de cancelamentos de 26,3%, predominantemente por problemas de conexão com a internet. Destaca-se a presença efetiva das mães, ocasionalmente acompanhadas por outros membros da família, ratificando que esta modalidade aproxima o terapeuta e o principal círculo comunicativo da criança, contribuindo para a ambiência e o reconhecimento da dinâmica familiar. Notou-se forte adesão à modalidade remota, principalmente pelas famílias que moravam mais distantes do serviço de reabilitação. Conclusão: destacam-se o engajamento efetivo das famílias, especialmente as que residiam distantes do serviço, a otimização do tempo e acesso à reabilitação e a facilitação da capacitação parental, com o emprego de ferramentas de feedback. Este modelo pode otimizar os resultados em programas clínicos de reabilitação auditiva infantil.
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