INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE E DA PERCEPÇÃO DOS RESPONSÁVEIS DE CRIANÇAS COM E SEM TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE NAS HABILIDADES AUDITIVAS AVALIADAS PELO “AUDITORY PROCESSING DOMAINS QUESTIONNAIRE”
Braga Jr, J. ;
Silva, N.C.M. ;
Pereira, L.D. ;
Dias, K.Z. ;
Pinheiro, M.M.C. ;
Introdução: As experiências auditivas são essenciais para a comunicação e aprendizado, incluindo localização, discriminação e adaptação sonora. Mudanças nessas habilidades podem causar o Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC), prejudicando a compreensão da informação sonora. As manifestações comportamentais do TPAC podem prejudicar o processo de alfabetização, de comunicação, organização de ideias, atenção e desempenho em atividades de escuta dirigida. O “Auditory Processing Domains Questionnaire (APDQ)" foi desenvolvido para avaliar as habilidades auditivas e tem sido recomendado como uma ferramenta de triagem para a TPAC, pois seus escores são capazes de distinguir entre dificuldades auditivas, linguagem e de atenção. Objetivos: Investigar se o nível de escolaridade e da percepção dos responsáveis de crianças com e sem Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade nas habilidades auditivas avaliadas pelo APDQ. Metodologia: Estudo do tipo analítico e multicêntrico com aprovação do comitê de ética em pesquisa. A amostra foi constituída por: GC (Grupo Controle) - 30 indivíduos sem TPAC; GDCH (Grupo Distúrbios da Comunicação Humana) - 38 indivíduos com TPAC e distúrbio da comunicação humana; GTDAH (Grupo Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) - 50 indivíduos com TDAH e TPAC. Foram incluídos indivíduos na faixa etária entre sete e 17 anos de idade, de ambos os sexos, com o português falado no Brasil como primeira língua, ausência de patologias da orelha média e limiares auditivos dentro dos padrões de normalidade bilateralmente. Os responsáveis pelas crianças responderam ao questionário APDQ que compreende as 50 questões, dados pessoais, informações sobre os responsáveis e as três perguntas prévias: 1 - grau de preocupação com as habilidades auditivas do estudante; 2 - reação de sensibilidade/estresse da criança a sons altos e ambientes ruidosos” e 3 - dificuldade da criança em localizar sons”. Os dados foram analisados de forma descritiva e analítica por meio do Teste Kruskal-Wallis. Para as análises estatísticas, foi considerado um nível de significância de 5% (p < 0,05). Resultados: Observou-se que a maioria dos participantes possuía idade entre 7 e 10 anos, eram do sexo masculino e estavam frequentando o 5° ano do ensino fundamental. Em relação ao grau de escolaridade dos responsáveis, a maioria dos pais possuía o ensino médio (45,76%). Foram observadas diferenças estatisticamente significantes da pontuação total do questionário para a escolaridade da mãe no GC (p=0,004) e GTDAH (p=0,002). Observou-se resultado estatisticamente significante entre o grau de preocupação dos responsáveis com as habilidades auditivas (p = 0,049) e na sensibilidade auditiva (p = 0,012) no GDCH. Não houve diferença estatisticamente significante no GTDAH em nenhuma variável analisada, no entanto, a sensibilidade auditiva apresentou uma relação inversamente proporcional com a pontuação total do questionário no GTDAH. Conclusão: O nível de escolaridade das mães exerceu influência na pontuação total do questionário tanto para o GC quanto para o GTDAH. Em relação à percepção dos responsáveis, foi verificado influência para a preocupação dos responsáveis com as habilidades auditivas e na sensibilidade auditiva apenas no GDCH.O GTDAH não apresentou associação significante, apenas relação inversamente proporcional com a sensibilidade auditiva.
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