39º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

PANORAMA DO CRESCIMENTO DA SÍFILIS CONGÊNITA NA ÚLTIMA DÉCADA EM UM PROGRAMA DE SAÚDE AUDITIVA INFANTIL.
Garcia, T. M. ; Agostinho, R. S. ; Alvarenga, K. F. ;

Introdução: Ao longo da última década, um significativo crescimento nos índices de Sífilis Congênita (SC) tem sido percebido em diversos países, inclusive no Brasil (Boletim Epidemiológico de Sífilis, 2020). A Sífilis é considerada uma infecção transmissível (IST) durante atividade sexual ou também verticalmente, da mãe para o feto. As manifestações podem estender-se desde aborto espontâneo, morte perinatal, malformações congênitas e alterações auditivas. A perda auditiva causada pela SC pode ser flutuante, acompanhada ou não de sinais vestibulares e as manifestações da doença podem estar ausentes no nascimento e surgir tardiamente ainda de forma precoce (até o segundo ano de vida) ou tardia (após o segundo ano de vida). Desta forma, o acompanhamento do desenvolvimento da audição e da linguagem deve acontecer na atenção básica, e a realização da avaliação otorrinolaringológica e audiológica entre 7 e 12 meses na atenção especializada. Objetivo: descrever um serviço de alta complexidade em saúde auditiva quanto ao monitoramento de recém nascido com fator de risco Sífilis na gestação e a prevalência da perda auditiva sensorioneural (PASN). Método: estudo retrospectivo com análise secundária do banco de dados do período de 10 anos (2014 a 2023) de infantis encaminhados para a realização tanto de triagem auditiva, diagnóstico audiológico e monitoramento auditivo. Foram obtidas informações referentes ao histórico de Sífilis durante a gestação e o diagnóstico audiológico. Resultados: em 2014, a SC como fator de risco para deficiência auditiva foi observada em 3,15% das crianças atendidas, e destas, uma apresentou PASN de grau moderado bilateral; 2015, a ocorrência foi de 3,41% sem a identificação de PASN. No ano de 2016, observa-se o início de um aumento de histórico da SC para 5,70%, sendo diagnosticadas duas crianças com PASN, uma de grau leve bilateral e uma mínima (que grau é esse?) bilateral. Nos ano posteriores 2017, 2018 e 2019, o aumento foi crescente de 8,49%, 9,09% e 12,88%, respectivamente, porém com diagnóstico de PASN apenas no último ano, sendo uma de grau leve bilateral e uma de grau moderado bilateral. Nos anos de 2020 e 2021, com a pandemia do SARS-CoV-19 houve uma diminuição nos atendimentos, o que provavelmente impactou nos resultados quanto ao histórico de SC, pois houve uma redução para 5,40% e 7,75%, respectivamente; mas seguido de novo aumento 10,07% em 2022 e 10,50% em 2023, com o diagnóstico de PASN apenas no último ano, sendo uma de grau leve à direita e moderada à esquerda e outra de grau profundo bilateral. Conclusão: O aumento observado da Sífilis na saúde pública brasileira se refletiu em nosso serviço, quanto ao número de crianças agendadas para monitoramento do desenvolvimento da audição e linguagem. A prevalência da perda auditiva no período analisado foi baixa, contudo confirmaram a SC como fator de risco para PASN, o que reforça a importância do trabalho de prevenção, tanto na identificação das perdas de audição precocemente por meio da triagem auditiva neonatal, como na educação sexual para prevenção das IST, pré-natal adequado, identificação e tratamento efetivo na identificação da sífilis na gestação.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1309
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/39eia/anais-trabalhos-consulta/1309



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