DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PERDA AUDITIVA E TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO EM CRIANÇAS: IMPLANTAÇÃO DE SERVIÇO DIAGNÓSTICO
Almeida, M. C. O. ;
Albuquerque, V. G. M. ;
Delmiro, I. F. ;
Barbosa, M. E. O. ;
Silva, J. L. D. ;
Alencar, V. E. M ;
Introdução: O transtorno do espectro autista(TEA) é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social e comportamento, essas alterações levam aos pais a levar seus filhos para avaliações de profissionais da saúde. Dentre as queixas mais frequentes são que chama e seu filho não olha e dificuldades na comunicação social. A maioria desses pais e familiares se questionam se o filho é surdo. A perda auditiva (PA) caracteriza-se por uma alteração representada pela diminuição da audição. Muitos dos sinais e sintomas da PA e TEA se sobrepõem ou pode ser considerado um sinal ou sintoma de ambas as alterações, requerendo assim um diagnóstico diferencial. Em ambas há dificuldades na comunicação verbal que é um dos primeiros sintomas notados pelos cuidadores, quando a linguagem não evolui de forma esperada e a fala atrasa, tornando evidente que algo não está de acordo com a evolução típica da criança. Não há relação direta entre o transtorno do espectro autista e perda auditiva, ainda que possam existir em um mesmo indivíduo como comorbidade, prejudicando ainda mais no seu desenvolvimento. Pacientes com TEA, mesmo com audição normal, podem não responder ao chamado pelo seu nome, nem dar atenção aos sons ao seu redor, podendo ser confundidos, por isso, com deficientes auditivos. Objetivo(s): Descrever as características e ações da implantação de serviço de diagnóstico diferencial de perda auditiva e Transtorno do Espectro do Autismo em crianças com diagnóstico ou suspeita de TEA em uma cidade do Sertão de Alagoas. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, documental e transversal. Foi implantado em Novembro de 2023 numa cidade de Sertão de Alagoas (no qual possui 4895 habiltantes) um Ambulatório Multiprofissional de atendimento e diagnóstico de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. Dentre uma das estratégias realizadas pelo ambulatório é o encaminhamento para realização de avaliação audiólogica das crianças avaliadas como diagnóstico diferencial. Inicialmente é realizada anamnese e avaliação Fonoaudiológica do paciente e os que possuem queixa de atraso de linguagem associados a sinais e sintomas de TEA são encaminhados para realização de avaliação audiológicas (BERA, emissões otoacústicas, imitanciometria e audiometria tonal, vocal ou condicionada). Os exames são realizados na cidade de referência para saúde auditiva do estado, e posteriormente com seu laudo são mostrados e explicados a família pela equipe multiprofissional. Resultados: Os profissionais do ambulatório já assistiram 23 crianças, no qual 13 crianças foram classificadas como presença de sintomas ou sinais de TEA. Todos foram encaminhados para a realização de exames audiológicos como diagnóstico diferencial, porém até o momento apenas três conseguiram realizar os exames e o restante encontra-se com data marcada. Nenhum dos três sujeitos tiveram alterações auditivas nos exames realizados. Após a implantação do ambulatório observa-se um aumento nos encaminhamentos para a realização de avaliação audiológica no município. Conclusões: Deve-se existir ações de implantação de diagnóstico diferencial em crianças com sintomas e sinais de TEA. Dentre as crianças avaliadas não houve relação direta entre o transtorno do espectro autista e a deficiência auditiva, porém a sua avaliação deve ocorrer como diagnóstico diferencial.
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