EXPOSIÇÃO MATERNA AO CORONAVÍRUS 2 E TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL: REVISÃO DE ESCOPO
Sousa, L. C. C. R. ;
Conacci, B. J. ;
Vernier, L. S. ;
Reis, R. A. ;
Introdução: No contexto da pandemia de COVID-19, a falta de conhecimento sobre a sua evolução e o rápido aumento de casos levaram a restrições de mobilidade e contato físico para reduzir os efeitos síndrome respiratória aguda do coronavirus 2 e um possível colapso do sistema de saúde. Há evidências de perda auditiva, zumbido e tontura em estudos com adultos, mas pouco se sabe sobre as formas de transmissão vertical, fatores de proteção e se a condição viral desta doença pode ser vista como fator de risco para perda auditiva neonatal durante o período gestacional. Objetivo: Mapear a produção científica relativa aos resultados da Triagem Auditiva Neonatal em neonatos de mães que foram expostas ao coronavírus 2 durante o período gestacional. Método: Revisão de escopo, conduzida segundo o protocolo das recomendações do Manual do Instituto Joanna Briggs à pergunta norteadora: o que a literatura científica diz sobre a triagem auditiva neonatal em neonatos com exposição intrautero e COVID-19?. As buscas, realizadas em 2022, foram realizadas em quatro bases de dados (PubMed, Scopus, EMBASE e Google Scholar), sem restrição de período ou idioma. Resultados: De um total de 126 estudos identificados, 18 foram selecionados para leitura na íntegra. Nove estudos atenderam aos critérios de inclusão e sete foram analisados comparativamente. Os estudos selecionados abordam a temática proposta, são de abordagens quantitativas, apresentaram diferentes delineamentos e exames diferenciados foram realizados para determinar a adequada função coclear. Para a análise foram considerados sete estudos desenvolvidos nos anos de 2021 e 2022, na Turquia (4), Itália (2), Estados Unidos da América (comunicação), Egito e Brasil (um resumo de artigo em submissão também foi encontrado). A maioria das mães estudadas adquiriu COVID-19 no último trimestre da gestação. A população de mães e bebês que foram analisados é pequena, em geral nos primeiros meses de vida. Foi destacada a preocupação com atrasos na detecção e intervenção nas alterações auditivas, os protocolos de exames, fluxos da triagem e diagnóstico não padronizados entres os serviços e a necessidade de monitorar o desenvolvimento destes bebês. Conclusão: Os estudos encontrados não identificaram evidências ou correlações importantes entre a exposição materna à COVID-19 durante a gestação e alterações nos resultados da Triagem Auditiva Neonatal dos bebês. Contudo, sugerem que a identificação de indicadores de risco para deficiência auditiva, incluindo exposição à COVID-19, é relevante. Os bebês que não finalizaram a testagem ou diagnóstico devem ser identificados por busca ativa e ter o desenvolvimento monitorado para o acompanhamento das funções cocleares e maior conhecimento quanto aos efeitos da exposição à COVID-19 ao longo prazo.
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