FREQUÊNCIA DE VERTIGEM ENTRE HOMENS E MULHERES APÓS A COVID-19 E SUA PROVÁVEL ASSOCIAÇÃO.
Rodrigues, L.C. ;
Marchiori, L.L.M. ;
Marchiori, G.M. ;
Camilo, M.L.A. ;
Franco, P.P.R ;
Ciquinato, D.S.A ;
Tanaka, L.S. ;
Branco, B.H.M. ;
Introdução: Desde 2019, o mundo inteiro vive a pandemia do SARS-CoV-2, causador da COVID-19, que se espalhou rapidamente por todos os continentes, contaminou muitas pessoas, com imenso impacto epidemiológico de mortalidade e morbidade, que incluem alterações secundárias ao quadro viral agudo com sintomas que podem atrapalhar a qualidade de vida da população nesse período pós-pandêmico. Os sintomas persistentes da síndrome pós-COVID-19 acarretam impactos negativos na saúde, qualidade de vida e produtividade. Sintomas otoneurológicos como vertigem, têm sido relatados, no entanto ainda existem várias lacunas no entendimento e consenso sobre seu entendimento para um melhor manejo clínico desses casos. Objetivo: Verificar frequência de vertigem e sua possível associação com a variável sexo em pessoas após a COVID-19. Métodos: Este estudo se constitui em uma parte de desenho transversal de pesquisa mais ampla denominada "projeto Pós COVID-19" que explorou também as características e os fatores de risco para sintomas otoneurológicos após contrair COVID-19.O comitê de ética em pesquisa com seres humanos aprovou o projeto da instituição (CAAE 18270919.1.0000.5539) e, previamente ao início do estudo, todos os pacientes foram informados sobre os objetivos e procedimentos a serem realizados e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de inclusão foram: ter sido diagnosticado com COVID-19 confirmado por meio de teste de antígeno com laudo ou teste diagnóstico molecular (RT-PCR), com no mínimo 30 dias depois da alta hospitalar ou fim do isolamento. Os critérios de exclusão foram: ter idade menor que 18 anos ou maior que 80 anos ou aqueles que não soubessem responder as questões relacionadas a sintomas otoneurológicos como a vertigem. A pesquisa foi realizada por meio de questionário padronizado do citado projeto com dados de identificação como: sexo e idade, questões relacionadas a saúde, comorbidades e sintomas anteriores, durante e posteriores a COVID-19, entre eles a vertigem. O software SPSS versão para Windows foi utilizado para análise dos dados com IC de 95% e valor de significância p < 0,05, com aplicação do teste qui-quadrado. Resultados: Ao todo, a amostra contou com 105 participantes com idade: 49,5 ± 11,7 anos, que foram avaliados e responderam aos questionários de vertigem. Destes, 60,9% (n = 64) eram do sexo masculino, dos quais 59,4% (n = 38) não referiram vertigem e 40,6% (n = 26) referiram vertigem; e 39,1% (n = 41) eram do sexo feminino, dos quais 31,7% (n = 13) não referiram vertigem e 68,3 % (n = 28) referiram vertigem; o teste qui-quadrado mostrou associação entre vertigem e sexo (p = 0,006), pois as mulheres apresentaram maior percentual de vertigem. Conclusão: Este estudo, que encontrou associação entre vertigem e sexo em pessoas após a COVID-19, com as mulheres apresentando maior percentual de vertigem, vem de encontro com outros estudos realizados antes da pandemia da COVID-19, que também encontraram associação entre vertigem e sexo. Tais achados podem contribuir para um maior entendimento da vertigem em pessoas após a COVID-19, assim como para ações voltadas a Promoção a Saúde desta população.
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