QUALIDADE DO SONO E DIFICULDADES EM HABILIDADES AUDITIVAS EM SUJEITOS COM PERDA AUDITIVA
Moreira, P. G. I. ;
Rombola, I. T. ;
Oliveira, A. M. ;
Barbui, T. R. M. ;
Vedovato, G. L. ;
Sa, N. C. ;
Marques, Y. S. ;
Couto, M. C. H. ;
Pinato, L. ;
José, M. R. ;
Investigar possíveis fatores que possam interferir no sistema auditivo periférico e central, como os distúrbios do sono, para entender como o impacto que a perda auditiva traz ao indivíduo poderia possibilitar um processo de reabilitação mais satisfatório aos indivíduos com perda auditiva, proporcionando uma melhora na qualidade de vida destes sujeitos. Dessa forma, a justificativa para esse estudo foi analisar se a piora da qualidade do sono, poderia impactar negativamente nas habilidades auditivas autorrelatadas. Objetivo: verificar se existe correlação entre a qualidade do sono e dificuldades em habilidades auditivas em sujeitos com perda de audição. Metodologia: O delineamento do estudo foi observacional, transversal e analítico, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisas em Seres Humanos (parecer nº 6.556.824). A amostra foi composta por 20 participantes, com idade média de 68,5 ± 14,8 anos, que se voluntariaram durante seus atendimentos para acompanhamento do uso dos aparelhos de amplificação sonora individual (AASI) na clínica escola em que o estudo foi realizado. Foram excluídos aqueles sujeitos que apresentaram impedimentos cognitivos ou dificuldades de compreensão autorrelatadas. Os procedimentos do estudo consistiram na aplicação do questionário Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap (AIADH) para investigar queixas dificuldades auditivas autorrelatadas e o questionário de qualidade de sono de Pittsburgh. Foi realizada estatística descritiva e devido a anormalidade da distribuição dos dados a análise inferencial foi realizada com teste de correlação de Spearman (nível de significância de 5% - p<0.05). Resultados: Do total da amostra, oito participantes obtiveram escore total maior do que 5 no questionário Pittsburgh, indicando grandes dificuldades em pelo menos dois componentes ou dificuldades moderadas em mais de três componentes deste instrumento. A pontuação total obtida no questionário AIADH foi correspondente a mediana de 27,0 (Quartil 1 – Q1: 13,5 e quartil 3 – Q3: 50,0), com pontuação mínima de dois e máxima de 66. Já no questionário Pittsburgh, o escore total correspondeu a mediana de 4,5 (Q1: 3,0 e Q3: 7,2), com pontuação mínima de dois e máxima de 13. Foi observada diferença significante entre as escalas detecção de estímulos auditivos e uso de medicamentos para dormir (p= 0,022; r= -0,510), inteligibilidade de fala no silêncio e latência do sono (p= 0.047; r= 0,450) e uso de medicamentos para dormir e pontuação total do questionário AIADH (p= 0.044; r= -0,454). Não foi observada correlação entre as pontuações totais dos questionários AIADH e Pittsburgh (p= 0.753). Conclusão: Se observou, nessa amostra, que a qualidade do sono interferiu em habilidades auditivas, como o uso de medicamentos para dormir diminuiu as queixas quanto a habilidade de detecção auditiva e pontuação total do questionário Amsterdam Inventory for Auditory Disability and Handicap, assim como, a piora da latência do sono causou maiores queixas de dificuldades na inteligibilidade de fala no silêncio.
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