POTENCIAL EVOCADO AUDITIVO DE TRONCO ENCEFÁLICO EM RATOS: ESTUDO PRELIMINAR
MACEDO, M. B. ;
ADAMI, G. G. ;
CUNHA, E. O. ;
REIS, A. ;
MACHADO, M. S. ;
MALYSZ, T. ;
DALLEGRAVE, E. ;
Introdução: O Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE) avalia a integridade neurofisiológica do sistema auditivo central até tronco encefálico. Trata-se de um procedimento amplamente utilizado na prática clínica audiológica. Apesar disso, no Brasil, existem poucos dados do PEATE em modelos animais. Estes são relevantes na pesquisa de possíveis agentes ototoxicantes, tendo em vista as questões éticas envolvidas no estudo dessas substâncias em humanos. Objetivo: apresentar os dados preliminares da avaliação do PEATE em ratos Wistar. Metodologia: Foram utilizados ratos machos da linhagem Wistar, com idade de 70±5 dias, sendo N=22, submetidos a avaliação de PEATE por meio do equipamento de um canal do Smart EP (IHS®), sob anestesia dissociativa. Após confirmado o plano anestésico, foi realizada a tricotomia na região do osso frontal para o posicionamento do eletrodo de referência. Em seguida, com os animais em decúbito dorsal, foi alocado um eletrodo em cada pavilhão auricular. Os fones de inserção foram inseridos nos meatos acústicos externos bilateralmente. Na sequência, foi utilizado estímulo clique de 80dB (polaridade rarefeita) para estimulação e registro das respostas. Cada registro foi realizado duas vezes para verificar a replicabilidade dos resultados, sendo marcadas as ondas I, III e V bilateralmente. Após, foram analisadas as latências absolutas (ondas I, III e V) e interpicos (I-III, III-V e I-V). Resultados: As latências absolutas das ondas I, III e V para orelha direita tiveram mediana de 0.39, 1.00 e 1.78 ms e nos interpicos I-III, III-V e I-V, 0.56, 0.77 e 1.35 ms, respectivamente. Já as latências absolutas mínimas e máximas registradas para as ondas I, III e V foram: 0.23 - 1.00, 0.90 - 1.68 e 1.65 - 2.40 ms; nos interpicos I-III, III-V e I-V foram: 0.35 - 0.73, 0.67 - 0,93 e 1.10 - 1.63 ms, respectivamente. Na orelha esquerda, as medianas das latências absolutas das ondas I, III e V foram de 0.55, 1.00 e 1.78 ms e nos interpicos I-III, III-V e I-V foram de 0.47, 0.75 e 1.25 ms, respectivamente. Já as latências absolutas mínimas e máximas registradas para onda I, III e V foram de 0.23 - 0.65, 0.90 - 1.13 e 1.68 - 1.93 ms; nos interpicos I-III, III-V e I-V foram de 0.40 - 0.70, 0.65 - 1.00 e 1.13 - 1.70 ms, respectivamente. Não houve diferença estatística (p> 0,05, Mann Whitney) entre as medianas das latências absolutas das ondas I, III, V e os respectivos interpicos em relação aos lados direito e esquerdo. Conclusão: Os dados obtidos no PEATE em ratos Wistar avaliados mediante anestesia dissociativa apresentaram-se homogêneos na comparação entre os lados. Cabe salientar que a comparação entre diferentes estudos deve considerar a influência de diferentes protocolos anestésicos, modelo dos equipamentos, tipos de eletrodos e características dos estímulos apresentados.
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