OTOTOXICIDADE DA CISPLATINA: AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA EM UM MODELO ANIMAL.
Cunha E.O ;
Macedo, M.B ;
Reis, A. ;
Malysz, T. ;
Machado, S.M. ;
Dallegrave, E. ;
Introdução: Os agrotóxicos já são reconhecidos na literatura como causadores de danos ao sistema auditivo. Contudo, ainda há uma carência de estudos sobre os mecanismos e causas das alterações auditivas geradas por essas substâncias. Este estudo busca compreender melhor os efeitos cocleares da cipermetrina, um agrotóxico comumente utilizado em campanhas de saúde pública.Objetivo: avaliar o dano morfológico na cóclea de ratos Wistar expostos ao agrotóxico Cipermetrina. Métodos: Estudo experimental com modelo animal. O protocolo experimental (aprovado pela CEUA-UFCSPA: 597/18) foi conduzido em ratos Wistar, divididos em 3 grupos: Controle (exposto à água), cipermetrina (exposto a 1/10 da concentração letal mediana de inalação [CL50] - 0,25 mg/L) e a cisplatina (n=5 ratos) tratados com 8 mg/kg de cisplatina por via intraperitoneal, uma vez ao dia, durante 3 dias consecutivos (totalizando 24 mg/kg). A exposição por inalação foi realizada por 4 horas, 5 vezes por semana, durante 6 semanas, em três momentos distintos: aos 12, 30 e 42 dias. Ao final do experimento, foi realizado um estudo da integridade coclear por microscopia eletrônica de varredura.Resultados: Os ratos Wistar expostos à cipermetrina apresentaram alterações morfológicas em suas cócleas e lesões analisadas por microscopia eletrônica. A cipermetrina causou danos à citoarquitetura do órgão de Corti ao longo dos três giros cocleares, com células apresentando perda total e parcial de estereocílios.Conclusão: A microscopia eletrônica de varredura demonstrou que a exposição à cipermetrina em ratos Wistar resultou em danos morfológicos às células ciliadas internas e externas da orelha interna, semelhantes aos causados pela cisplatina.
DADOS DE PUBLICAÇÃO