PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DE FONOAUDIOLOGIA SOBRE SAÚDE PLANETÁRIA E O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NOS SISTEMAS NACIONAIS DE SAÚDE: RESULTADOS PRELIMINARES
Matos, H. G. C. ;
Carvalho, B. M. ;
Vieira, L. ;
Andrade, F. B. ;
Lopes, A. C. ;
Introdução: A saúde planetária é um campo transdisciplinar que investiga como as ações humanas afetam os sistemas naturais, reconhecendo a interdependência entre a saúde humana e a saúde do planeta. A promoção da educação sobre saúde planetária entre profissionais e estudantes da área da saúde é necessária para adaptação dos sistemas nacionais de saúde ao contexto da crise climática. O fonoaudiólogo desempenha um papel fundamental na promoção da saúde da comunicação humana no Sistema Único de Saúde (SUS). Cabe levantar o conhecimento sobre saúde planetária na formação em Fonoaudiologia. Objetivo: Investigar o conhecimento de estudantes de Fonoaudiologia sobre saúde planetária e mudanças climáticas. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal e observacional, baseado em um questionário de 23 questões fechadas para avaliar o nível de conhecimento sobre mudanças climáticas e saúde planetária. O critério de participação na pesquisa limitou-se a estudantes brasileiros com idade superior a 18 anos e matriculados em cursos da área da saúde. Os dados foram tabulados e analisados de forma descritiva. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética — Parecer n.º 5.712.801. Resultados: De uma amostra preliminar de 70 participantes totais (T), 20% eram estudantes de graduação e pós-graduação (ES) em Fonoaudiologia (F). Observou-se que 74,3% (T) e 71,4% (F) têm familiaridade com a temática das mudanças climáticas. 95,7% (T) e 92,9% (F) reconhecem a ação antropogênica como responsável pelas mudanças climáticas. Quanto às relações entre mudanças climáticas e agravos à saúde, 87,1% (T) e 64,2% (F) estabelecem tais conexões e 85,7% (T) e 71,4% (F) consideram as mudanças climáticas um desafio de saúde. A maioria dos participantes, 87,1% (T) e 85,7% (F), teve contato com o tema durante a formação acadêmica, sendo que 51,6% (T) e 46,2% (F) tiveram contato no ES. Acerca dos impactos das mudanças climáticas nos sistemas de saúde, 32,9% (T) e 35,7% (F) acreditam que tais impactos existam, enquanto, 41,2% (T) e 50% (F) afirmaram sobre possíveis impactos no SUS. 55,7% (T) e 42,9% (F) afirmaram ter tido contato com a Agenda 2030 e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Quanto o conceito de saúde planetária, 21% (T) e 35,7% (F) tiveram contato e 59% (T) e 50% (F) tiveram contato no ES. Relataram contato com os temáticas relacionados à saúde planetária sobre: ondas de calor (T=71,9%|F=64,3%), poluição (T=71,9%|F=78,6%), doenças infectocontagiosas (T=71,9%|F=78,6%), saúde mental (T=71,9%|F=64,3%), nutrição e sistemas alimentares (T=71,9%|F=42,9%) e mitigação e adaptação às mudanças climáticas, (T=71,4%|F=50%). Conclusões: A formação em Fonoaudiologia deve abordar sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde humana. A inclusão da educação em saúde planetária nos currículos do ES é essencial para o enfrentamento da crise climática. É fundamental que estratégias educacionais abordem transdisciplinarmente sobre os impactos das mudanças climáticas nos sistemas nacionais de saúde.
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