RASTREIO AUDITIVO COMO AÇÃO DE SAÚDE RURAL EM REGIÃO RURAL-URBANA: RESULTADOS PRELIMINARES
CARVALHO, B. M. ;
Matos, H. G. C. ;
Andrade, F. B. ;
LOPES, A. C. ;
Introdução: Estimativas apontam que globalmente mais de 1,5 bilhão de pessoas possuem algum grau de perda auditiva e no Brasil são estimados 2,3 milhões de casos de deficiência auditiva, explicitando a importância da identificação precoce de alterações auditivas. O perfil populacional e acesso a serviços de saúde influencia diretamente na oportunidade de acesso à saúde auditiva. Nesse sentido, cabe considerar a perspectiva da saúde rural acerca da promoção de saúde em comunidades localizadas em áreas rurais, considerando suas necessidades específicas e os desafios de infraestrutura, ambientais e culturais. Objetivo: Analisar uma ação de rastreio auditivo para população residente em região rural-urbana do interior de São Paulo. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e observacional. Os participantes da pesquisa foram convidados a responder dois inventários estruturados de rastreio de alterações audiológicas por meio de entrevistas presenciais em localidades urbanas e rurais. Foi considerada a participação de adultos e crianças mediante consentimento em participar da pesquisa a partir de aceite do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Termo de Assentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram analisados de forma descritiva e inferencial. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética — Parecer n.º 5.294.250. Resultados: Uma amostra preliminar de 11 participantes revelou uma idade média e mediana de 25 anos (Max=40; Min=7; DP=9.8). A distribuição por sexo mostrou que 16,7% eram do sexo masculino, enquanto 83,3% eram do sexo feminino. A maioria (83,3%) dos participantes relatou não ter dificuldades de audição, enquanto 16,7% afirmaram ter. Entre os adultos, 66,7% não relataram trabalhar com exposição a ruído, enquanto 27,3% tiveram exposição, sendo que 33,3% destes foram expostos a ruído e agentes químicos, e 66,7% a ruído e vibração. Quanto aos sintomas auditivos, 58,3% afirmaram já ter tido otalgia, enquanto 41,7% não apresentavam queixas. Em relação à otite, 25% da amostra relatou ter apresentado quadros, enquanto 75% não recordavam queixas. Quanto à otorreia, 33,3% já tiveram um quadro, enquanto 66,7% não apresentaram queixas. Em relação ao zumbido, 75% afirmaram ter, enquanto 25% não apresentavam queixas. Metade dos participantes relatou ter quadros de tontura, sendo que 50% desses já tiveram crises. Todos os participantes foram orientados sobre a importância dos cuidados com a saúde auditiva, e aqueles com queixas auditivas foram encaminhados para buscar atendimento médico e fonoaudiológico no Sistema Único de Saúde. Conclusões: Os resultados preliminares permitem apontar a necessidade de ampliação do acesso do serviço em Fonoaudiologia para prevenção e identificação precoce de alterações auditivas em diferentes grupos populacionais. A perspectiva da saúde rural oferece apontamentos de abordagens ampliadas para promoção da saúde auditiva considerando a sua diversidade e contextos de saúde.
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