TAURINA ALTERA EOAPD EM RATOS EM UM MODELO DE NEUROINFLAMAÇÃO INDUZIDA POR POLUENTE ATMOSFÉRICO
SILVA, G. N. ;
MARMETT, B. ;
DORNELES, G. P. ;
SAUL, D. A. ;
CUNHA, E. O. ;
ROMÃO, P. R. T. ;
RHODEN, C. R. ;
MACHADO, M. S. ;
MACEDO, M. B. ;
DALLEGRAVE, E. ;
Introdução: A exposição à poluição atmosférica, especialmente ao material particulado (MP), incluindo o seu principal componente “residual oil fly ash (ROFA)”, pode afetar o Sistema Nervoso Central (SNC), induzindo efeitos neurotóxicos. Por outro lado, o aminoácido taurina pode ter propriedades neuroprotetoras, capazes de reverter esse efeito. No entanto, possíveis alterações do sistema vestibulococlear são até então desconhecidas. Objetivos: Avaliar os efeitos neurotóxicos da exposição subcrônica ao ROFA, taurina e sua associação sobre a função coclear por meio de Emissões Otoacústicas Evocadas por Produto de Distorção (EOPAD). Metodologia: Ratos Wistar machos (n = 32) de 45 dias foram submetidos diariamente por 6 semanas aos seguintes tratamentos: instilação nasal e administração oral de solução fisiológica (controle, n = 8); instilação nasal de Sal e administração oral de taurina (400 mg/kg) (Taurina, n = 8); instilação nasal de ROFA (250μg) e administração oral de Sal (ROFA, n = 8); instilação nasal de ROFA (250μg) e administração oral de taurina (400 mg/kg) (ROFA-Tau, n = 8). A função coclear foi avaliada após 6 semanas de tratamento, utilizando-se o equipamento OtoreadClinical®, da marca Interacoustics®, mensurando a amplitude das EOAPD nas frequências de 4, 6, 8, 10 e 12 kHz, em ambas orelhas, considerando-se 6dB como nível mínimo de relação sinal ruído, sem o uso de anestésico. Adicionalmente, foi determinada a concentração das citocinas pró-inflamatórias (TNF-α e IL-1β) no tecido cerebral. Resultados: Nas EOAPD do grupo Taurina houve uma redução significativa em relação ao grupo controle na frequência 10 kHz da orelha esquerda (p < 0,028, Kruskal Wallis - Dunn), sendo a mediana e quartis (25:75) do controle 36,0 (33,3:42,3), da Taurina 14,5 (4,5:33,3)*, do ROFA 35,5 (26,5:44,8) e do ROFA-Tau 28,0 (23,0:34,5). Além disso, marcadores pró-inflamatórios (TNF-α e IL-1β) avaliados no tecido cerebral demonstraram aumento significativo para os grupos ROFA (com e sem Taurina), evidenciando que o material particulado ROFA induziu inflamação, mas esta, não foi reduzida pela Taurina. Conclusão: Apesar do ROFA não ter demonstrado efeito deletério sobre a função coclear, após 6 semanas de exposição, a taurina foi capaz de reduzir a amplitude das EOAPD, por mecanismos até então desconhecidos. Nesse sentido, novos estudos são necessários para investigar o papel da taurina nas alterações evidenciadas na função coclear.
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