38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

PERSPECTIVAS ATUAIS DA ASSOCIAÇÃO ENTRE IDADE E AGENTES OCUPACIONAIS
SANCHES, J. F. ; LOPES, A. C. ;

A presbiacusia pode ser definida como a diminuição da acuidade auditiva relacionada ao envelhecimento sem causa reconhecida, sendo uma soma de perdas auditivas resultantes de degenerações fisiológicas, como exposição ao ruído, agentes ototóxicos e prejuízos causados por desordens e tratamentos medicamentosos. Enquadrado dentro de um dos fatores etiológicos, a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) é considerada uma patologia cumulativa e insidiosa, que cresce ao longo dos anos de exposição ao ruído, sendo irreversível e de evolução progressiva. Contudo, quando levado em consideração o ambiente de trabalho, o ruído não é o único causador de perda auditiva nos trabalhadores, pois os agentes químicos também tornam-se um fator agravante. Sabe-se que há riscos à saúde associados à exposição a produtos químicos e potencialmente ototóxicos, contribuindo para a perda auditiva de indivíduos expostos, sendo que a exposição concomitante de solventes ototóxicos e ruído pode causar interação sinérgica e aditiva na perda auditiva. Diante do exposto, considerando o aumento do número de idosos no país e, consequentemente, um maior número de indivíduos acometidos pela presbiacusia, além da relevante estimativa de trabalhadores brasileiros portadores de PAIR e expostos a agentes químicos no ambiente de trabalho, este estudo teve como objetivo analisar as diferentes condições de audição de idosos expostos e não expostos ao ruído ocupacional e/ou agentes químicos durante a vida. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, com consulta ao banco de dados de um serviço público de saúde auditiva, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 46887421.1.0000.5417). Foram coletados dados de 200 prontuários de pacientes de uma Clínica de Fonoaudiologia, considerando os seguintes dados: sexo, otoscopia da orelha direita e esquerda, queixa auditiva e outras queixas relatadas pelo paciente, zumbido, vertigem, dificuldade de compreensão de fala, exposição ao ruído, exposição a agentes químicos, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatia, doenças renais, além do resultado dos exames auditivos (audiometria tonal liminar, logoaudiometria, timpanometria e reflexos ipsilateral e contralateral). Ao final da coleta, a amostra foi dividida em dois grupos: grupo exposto ao ruído e/ou agentes químicos no ambiente de trabalho (G1) e grupo não exposto ao ruído e/ou agentes químicos (G2). Resultados: Para análise estatística dos dados coletados, foi realizada regressão logística ordinal, determinando assim o grau da perda auditiva. A análise interpretou o conjunto de preditores que explicasse a influência das variáveis no grau de perda auditiva nos diferentes grupos (G1 e G2). Nenhum preditor apresentou impacto significativo no grau da perda auditiva, tanto para orelha esquerda, como orelha direita, como demonstrado em p<0. Analisando as variáveis quanto ao tipo de perda auditiva, foi possível demonstrar que, a cada ano aumentado na variável “idade” da amostra, aumenta-se em 16% e 18% a chance de perda auditiva do tipo sensorioneural, comprovado por OR>1. Conclusão: Toda a análise obtida demonstra a multifatorialidade da perda auditiva, sendo a presbiacusia e exposição a agentes ocupacionais fatores relevantes e desencadeantes. Apesar da equivalência encontrada nos dois grupos, pode-se destacar o fator idade, sexo e zumbido como predominantes no grupo exposto, corroborando com achados da literatura.

SOUSA, C. S. et al. Estudo de fatores de risco para presbiacusia em indivíduos de classe sócio-econômica média. Braz. j. otorhinolaryngol, São Paulo, v. 75, n. 4, July/Aug. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1808- 86942009000400011&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 25 fev. 2021.

ARAÚJO, S. A. Perda auditiva induzida pelo ruído em trabalhadores de metalúrgica. RevBrasOtorrinolaringol, São Paulo, v. 68, n. 1, p. 48, jan./fev. 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rboto/v68n1/8770.pdf. Acesso em: 25 fev. 2021.

FÁBELOVÁ, L. et al. Environmental ototoxicants, a potential new class of chemical stressors. EnvironmentResear. v. 17, n. 1, p. 378-394. Apr. 2019. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0013935119300477?via%3Dih ub. Doi: https://doi.org/10.1016/j.envres.2019.01.042. Acesso em: 11 nov. 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.1003
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/1003


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