AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS NASCIDAS DE MÃES COM INFECÇÃO GESTACIONAL PELO VÍRUS COVID19
Garcia, C. F. D. ;
Soares, E. C. A. ;
Castro, K. R. ;
Barbosa, M. H. M. ;
INTRODUÇÃO: Ao longo da pandemia causada pelo vírus Sars-Cov-2, observou-se que as manifestações clínicas da infecção não se limitam ao acometimento do trato respiratório. Há relatos de manifestações otológicas na infecção adquirida pelo COVID19, que incluem perda auditiva, tonturas e zumbido, o que indica que o vírus pode, direta ou indiretamente, comprometer funções do órgão sensorial auditivo ou das vias vestibulococleares.1-3 OBJETIVO: Estudar a ocorrência de alterações auditivas em conceptos cujas mães foram infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 no período gestacional. METODOLOGIA: Estudo de casos, observacional, descritivo. Parecer de aprovação, número 5245899, do Comitê de Ética em Pesquisa. A população foi constituída por conceptos de mulheres que tiveram confirmação laboratorial de infecção por Sars-Cov-2, no período gestacional, captadas na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Hospital Municipal Lourenço Jorge/Maternidade Leila Diniz, no período do estudo. Os conceptos foram encaminhados para avaliação auditiva ambulatorial, sendo realizado Emissão Otoacústica (EOA), Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Neurodiagnóstico (PEATE-N) e Frequência Específica (PEATE-FE), procurando nível mínimo de resposta; Imitanciometria; Audiometria comportamental. RESULTADOS PARCIAIS: Até o momento, foram avaliados 6 pacientes, com idade de oito meses a dois anos. Destes, todos realizaram a EOA transiente e apenas um falhou na orelha esquerda. O PEATE-N foi concluído em 3 crianças, todos apresentando ondas I, III e V a 80dB, com latências absolutas e interpicos dentro do esperado para a faixa etária, com uma das crianças apresentando diferença interaural da onda V > 0,3 ms. O nível mínimo de resposta foi obtido em 35db para 500 Hz, 35 dB para 1000 Hz, 30 dB para 2000 Hz e 25 dB para 4000 Hz em 3 crianças. Cinco crianças foram submetidas a avaliação auditiva comportamental, com respostas satisfatórias, uma delas reflexo cocleo-palpebral ausente, mas com respostas de lateralização para todos os instrumentos. CONCLUSÃO: Até o período de apresentação deste trabalho, não foram identificadas alterações significativas em exames auditivos nesta amostra de crianças com exposição gestacional ao COVID19. Trata-se de uma amostra ainda muito pequena, o que limita a formulação de hipóteses.
1. Iwasaki M, Saito J, Zhao H, Sakamoto A, Hirota K, Ma D. Inflammation Triggered by SARS-CoV-2 and ACE2 Augment Drives Multiple Organ Failure of Severe COVID-19: Molecular Mechanisms and Implications. Inflammation. 2021;44(1):13–34.
2. Hu B, Huang S, Yin L. The cytokine storm and COVID-19. J Med Virol [Internet].
2021;93(1):250–6. Available from: http://dx.doi.org/10.1002/jmv.26232
3. Jeong M, Ocwieja KE, Han D, Wackym PA, Zhang Y, Brown A, et al. Direct SARS-CoV-2 infection of the human inner ear may underlie COVID-19-associated audiovestibular dysfunction.
Commun Med. 2021;1(1):1–14.
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