SAÚDE AUDITIVA, ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA DE FUMICULTORAS EXPOSTAS A AGROTÓXICOS
Santos Filha, VAV ;
Waholtz, RGK ;
Baldissera, C ;
Rodrigues, NGS ;
Melo, EA ;
Introdução: A atividade na fumicultura e a exposição a agrotóxicos podem acarretar impactos auditivos, extra-auditivos e interferir na qualidade de vida (QV) dos produtores rurais de tabaco. A atuação da mulher no ambiente agrícola vem crescendo com apoio e complemento de subsistência econômica familiar. Os cuidados sobre os tais aspectos devem ser amplamente divulgados e instituídos por esta população com o intuito de prevenir impactos na saúde geral e, consequentemente, na qualidade de vida e bem-estar. Objetivo: Investigar a saúde auditiva, ergonomia e qualidade de vida de fumicultoras no âmbito de agricultura familiar expostas ao tabaco e ao agrotóxico. Metodologia: Estudo de caráter descritivo, analítico, transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) sob protocolo CAAE 87348618.3.0000.5346. Amostra por conveniência, constituída por 17 fumicultores, mulheres, com faixa etária de 21 a 57 anos. Todas responderam a um questionário, contemplando dados sociodemográficos, atuação laboral, além de questões de saúde auditiva/vestibular, e ergonomia, bem como submetidas a versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-bref), após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento. Resultados: A média de trabalho das fumicultoras foi de 25,97 anos, de cinco a seis horas/dia. Além do agrotóxico, estão expostas a temperatura extrema (82,35%) e a vibrações (41,18%). O efeito auditivo predominante foi o zumbido (47,05%), agudo (87,50%), bilateral (62,50%), do tipo chiado (50,00%), e, apesar de relatarem ouvirem bem (100%), acreditam não ser importante a avaliação da audição. A vertigem esteve presente em 60% da amostra, com duração de segundos a minutos, e fraqueza (58,82%), além de apresentarem hábitos ergonômicos inadequados, predominando a postura incorreta (88,24%) e movimentos repetitivos (88,24%). Os domínios físico (58,2 pontos) e psicológico (61,0 pontos) foram os mais comprometidos na avaliação da QV. Conclusão: A atividade laboral na fumicultura gera efeitos auditivo/vestibular e ergonômico, podendo influenciar na QV, principalmente nos domínios físico e psicológico. Ações de promoção em saúde são relevantes para conscientização e mudanças de hábitos inadequados da população em questão.
Descritores: Tabaco; Audição; Qualidade de vida.
Amaral FA, Freitas NAR, Boyco R, Mascarenhas LPG. Incidência de dores osteomusculares em fumicultores do município de Prudentópolis-PR. Rev Uningá, 2019; 56(4):23-28 Disponível em:
França DMVR, et al. Estudo da perda auditiva e a sua relação com o trabalho em fumicultores expostos a agrotóxicos. Rev CEFAC, 2020; 22 (3): 1-10. Disponível em:
Schamne T, et al. Indícios da doença da folha verde do tabaco e avaliação da qualidade de vida de fumicultores no interior do Paraná. Brazilian Journal of Health Review, 2021; 4(2): 8042-55. Disponível em:
Sena TRR, Vargas MM, Oliveira CC. Saúde auditiva e qualidade de vida em trabalhadores expostos a agrotóxicos. Ciênc saúde coletiva, 2013 18 (6): 1753-61. Disponível em:
DADOS DE PUBLICAÇÃO