INDICADORES DE RISCO ASSOCIADOS A FALHA UNILATERAL NA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL
Baran-Correia, J.B. ;
Lüders, D. ;
Conto, J. D. ;
José, M. R. ;
Introdução: A triagem auditiva neonatal universal (TANU) possibilita a detecção de riscos que podem levar a alterações auditivas, preferencialmente, no primeiro ano de vida, encaminhamento para o diagnóstico precoce e o tratamento assertivo com objetivo de minimizar os impactos gerados pela privação auditiva. Sendo assim, este trabalho visa contribuir para a prevenção e promoção da saúde auditiva, uma vez que se observa a falta de valorização da falha auditiva unilateral, assim como da perda auditiva unilateral. Ocasionando uma detecção tardia que poderá implicar em questões educacionais, de linguagem e psicológicas. Objetivos: Investigar os indicadores de risco para deficiência auditiva (IRDA) em crianças que apresentaram falha unilateral no teste e reteste da triagem auditiva neonatal universal (TANU). Métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, sob CAAE: 26260819.7.0000.8040, parecer número 4.340.661. Foi realizada a análise do banco de dados de um Hospital Universitário da região sul do Brasil, no período entre maio de 2017 a maio de 2020. A amostra foi composta por um total de 2.100 bebês que falharam na TANU. Foram utilizados como critérios de inclusão: ter realizado a TANU com até 2 meses de vida e apresentado falha unilateral ou bilateral, independente de apresentar ou não os IRDAs. Foram excluídos os bebês que passaram na TANU. A análise estatística realizada foi descritiva e inferencial utilizando o teste Qui-quadrado, considerando o nível de significância de 5% (p<0.05). Resultados: Os IRDAs encontrados nos bebês que apresentaram falha unilateral no teste foram infecção intrauterina (1,6%), permanência na UTIn (1,5%), medicação ototóxica materna (2,2%), malformações ou síndromes (0,2%), histórico familiar (3,0%) e anomalias craniofaciais (0,2%). Não houve diferença significativa entre a falha na orelha direita e na orelha esquerda em todos os IRDA identificados no teste. Do total de bebês que falharam em uma orelha no teste (n=1.193), 713 passaram no reteste, 23 passaram, porém apresentaram IRDAs, 19 apresentaram falha bilateral e 27 continuaram apresentando falha unilateral (sem IRDAs). Do total de bebês com falha unilateral no teste, 411 não retornaram para o reteste da TANU. Conclusão: O presente estudo investigou os IRDA em bebês que apresentaram falha unilateral no teste da TANU, sendo verificado maior proporção do histórico familiar para perda auditiva, uso de medicação ototóxica, permanência na unidade de terapia intensiva neonatal e infecções intrauterinas. Não houve maior prevalência de IRDA associado a falha unilateral no teste da TANU, nem mesmo diferença quando comparado com os bebês que apresentaram falha bilateral no teste. Um percentual de 2,3% dos bebês que falharam unilateralmente no teste, retornaram para reteste e continuaram com falha unilateral, não apresentaram IRDA.
JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Year 2007 Position Statement: Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs. Pediatrics. v.120, n.4, p. 898-921, 2007.
AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Task force on newborn and Infant Hearing Loss: Detection and Intervention. Pediatrics. v. 103, n.2, p. 527-530, 1999.
ROHLFS, ANNA-KATHARINA et al. Unilateral hearing loss in children: a retrospective study and a review of the current literature. European journal of pediatrics. V.176, n.4, p.475-486, 2017
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