ASSOCIAÇÃO ENTRE A ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA) E GRAU DE SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
Gonçalves,L.F ;
PAIVA, K.M ;
Machado,M.J ;
Cigana,L.B ;
Haas,P. ;
Burigo, LSP ;
Introdução: O zumbido é classificado como a percepção de sons que ocorrem na ausência de um estímulo acústico externo, podendo ocorrer associado às alterações ao longo da via auditiva, uma vez que a privação sensorial leva a desordens funcionais do sistema auditivo. O Tinnitus Handicap Inventory (THI) é um questionário que foi desenvolvido por Newman e colaboradores em 1996, composto por 27 perguntas, com um escore que varia de 0 a 100 e quanto maior o escore, maior é a repercussão do zumbido na qualidade de vida do indivíduo, sendo uma medida rápida, de fácil aplicação e interpretação. Um dos métodos mais utilizados é a escala visual análoga (EVA), bastante utilizada na avaliação da dor crônica. Nos pacientes com zumbido, é solicitada a atribuição de uma nota de 0 a 10 para o zumbido, com o auxílio de uma régua apropriada e a avaliação deve ser realizada em relação ao volume e incômodo atribuído. É de fácil aplicação e compreendida pela maioria dos pacientes, mas pode ser uma avaliação influenciada por aspectos culturais, intelectuais e psicológicos. Objetivo: Verificar associação entre a Escala Visual Analógica (EVA) e sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, no período de maio de 2021 a julho de 2022, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes e a Escala Visual Analógica (EVA) para estimar a intensidade da dor. CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: Pacientes que apresentaram pontuação no protocolo THI sendo classificados como desprezível ou leve apresentaram pontuações menores na escala EVA, assim como idosos que pontuaram no protocolo THI com classificação do zumbido sendo severo ou catastrófico, pontuaram próximo ou igual à 10 pontos na escala EVA. Conclusão: A intensidade é a característica mais importante em termos de seguimento e se torna o parâmetro de melhora ou piora da queixa referida. Assim como, o THI que é um instrumento válido e reprodutível para ser utilizado na avaliação dos pacientes brasileiros que nos procuram queixando-se de zumbido, nos permitindo quantificar o impacto desse sintoma na qualidade de vida dos pacientes. A correlação entre os dois métodos, verificada em nossos dados, aumenta a credibilidade dos estudos já realizados com a EVA, um método mais simples e de melhor assimilação para essa população.
1. Martinez, J. E., Grassi, D. C., & Marques, L. G. (2011). Análise da aplicabilidade de três instrumentos de avaliação de dor em distintas unidades de atendimento: ambulatório, enfermaria e urgência. Revista Brasileira de Reumatologia, 51, 304-308.
2. Schmidt, LP, Teixeira, VN, Dall'Igna, C., Dallagnol, D., & Smith, MM (2006). Adaptação para língua portuguesa do avançado Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia , 72 , 808-810.
3. DAWES, P., Cruickshanks, K. J., Marsden, A., Moore, D. R., & Munro, K. J. (2020). Relationship between diet, tinnitus, and hearing difficulties. Ear and hearing, 41(2), 289.
4. Figueiredo, R. R., Azevedo, A. A. D., & Oliveira, P. D. M. (2009). Análise da correlação entre a escala visual-análoga e o Tinnitus Handicap Inventory na avaliação de pacientes com zumbido. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 75, 76-79.
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