ASSOCIAÇÃO ENTRE HÁBITOS ALIMENTARES E SINTOMATOLOGIA DO ZUMBIDO EM IDOSOS
GONÇALVES, L. F. ;
PAIVA, K. M. ;
MACHADO, M. J. ;
CIGANA, L. B. ;
BRAND, C.C. ;
HAAS, P. ;
Introdução: O zumbido é acompanhado por uma ampla gama de sintomas emocionais negativos e impacta significativamente na qualidade de vida dos indivíduos. Devido à eficácia limitada da avaliação audiológica e da medição psicoacústica, escalas e questionários auto-relatados são amplamente utilizados na avaliação da gravidade do zumbido percebido individualmente. Observa-se na literatura que indivíduos com melhor qualidade alimentar tendem a apresentaram menor probabilidade de relatar zumbido com relação a indivíduos que apresentam hábitos alimentares com presença de açúcares e gorduras. Percebe-se que o zumbido, enquanto sintoma, parece ser influenciado pelo consumo ou restrição de determinados alimentos e bebidas, havendo melhora no desconforto causado por este sintoma, após controle nutricional. Objetivo: Verificar associação entre hábitos alimentares e sintomatologia do zumbido em idosos. Metodologia: Estudo de transversal com análise dos dados de idosos com idades igual ou superior a 60 anos atendidos em um Instituto credenciado ao SUS, para avaliação e realização do exame Audiometria Tonal e Vocal e iniciarem o processo de reabilitação auditiva à partir do Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI). Foi utilizado o protocolo Tinnitus Handicap Inventory (THI) para verificar a sintomatologia do zumbido nos pacientes. CAAE: 39562720.8.0000.012. Resultados: O estudo obteve como amostra (n=517) idosos. Destaca-se que indivíduos que consomem chá apresentaram associação com relação à presença do zumbido (63,9%) quando comparados aos que não consomem. Além disso, pacientes que não realizavam o consumo de doces relataram não apresentar a sintomatologia do zumbido (24,6%). Conclusão: Indivíduos com melhor qualidade alimentar apresentaram menor probabilidade de relatar zumbido, corroborando o referido pela literatura. Esses achados oferecem informações sobre possíveis associações dietéticas com zumbido, podendo ser útil ao discutir as opções de tratamento em combinação com outras mudanças e terapias no estilo de vida.
Referências:
1. Schmidt, L. P., Teixeira, V. N., Dall’Igna, C., Dallagnol, D., & Smith, M. M. (2006). Adaptação para língua portuguesa do questionário Tinnitus Handicap Inventory: validade e reprodutibilidade. Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, 72, 808-810.
2. LANGGUTH, Berthold; KREUZER, Peter M; KLEINJUNG, Tobias; RIDDER, Dirk de. Tinnitus: causes and clinical management. The Lancet Neurology, [S.L.], v. 12, n. 9, p. 920-930, set. 2013. Elsevier BV.
3. DAWES, P., Cruickshanks, K. J., Marsden, A., Moore, D. R., & Munro, K. J. (2020). Relationship between diet, tinnitus, and hearing difficulties. Ear and hearing, 41(2), 289.
4. TANG, D., Tran, Y., Shekhawat, G. S., Burlutsky, G., Mitchell, P., & Gopinath, B. (2021). Dietary Fibre Intake and the 10-Year Incidence of Tinnitus in Older Adults. Nutrients, 13(11), 4126.
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