ANÁLISE DE COBERTURA DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL UNIVERSAL ASSOCIADA À FREQUENCIA DE DOENÇAS TRANSMISSIVEIS
Cigana, L. B. ;
Besen, E. ;
Paiva, K. M. ;
Machado, M. J. ;
Haas, P. ;
Introdução: A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU) permite a detecção precoce da deficiência auditiva. No ano de 2010 a TANU tornou-se obrigatória no Brasil por meio da Lei Federal N.º 12.303. Desde então a cobertura da TANU vem sendo discutida tanto na literatura internacional como nacional. Objetivo: Verificar a frequência de infecções congênitas em neonatos e suas possíveis associações com resultados da TANU. Métodos: Estudo de coorte histórica (retrospectivo) com análise dos dados de neonatos atendidos em um serviço de referência em Saúde Auditiva para o Sistema Único de Saúde (SUS), no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2021. Para avaliação da qualidade da cobertura da triagem, foram analisados os indicadores de qualidade propostos pela Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (DATAN) e avaliou-se o número de triagens realizadas, percentual triado a partir do número de recém-nascidos vivos obtidos nos sites do Ministério de Saúde (MS) – TabNet (DATASUS – atendimentos realizados) e Secretária Estadual de Saúde- SC. Além, de realizar análise de regressão logística, cálculos de OR brutas, cálculo de OR de Cochran–Mantel–Haenszel e teste do qui-quadrado para estimar a associação entre os Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva e falha na Triagem Auditiva Neonatal incluindo ou não as variáveis de confundimento. As análises foram estimadas de Odds Ratio (OR) brutas e ajustadas no software MedCalc® v. 20.027. Resultados: O serviço de referência nos últimos cinco anos, realizou a TANU em 34.801 recém-nascidos. Atingiu o indicador de qualidade preconizado pela Diretrizes de Atenção da Triagem Auditiva Neonatal (DATAN). Em relação a frequência das doenças transmissíveis em neonatos nos últimos cinco anos, a sífilis congênita foi a mais frequente (1,59%), seguida pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (0,87%) e a de menor observação foi a rubéola (0,029%). No ano de 2021 os neonatos com possível transmissão vertical do HIV, apresentaram seis vezes mais chances (entre 388 a 1.143%) a mais chances de falhar no TANU. Conclusão: O serviço de referência de TANU alcançou o indicador de qualidade proposto pela DATAN, cobertura de triagem auditiva acima de 95%. Os neonatos nascidos no ano de 2021 comparativamente aos que nasceram no ano 2017 apresentam 91% menos chance de falhar no TANU e consequentemente menor percentual de encaminhamentos para reteste. No entanto, observou-se no ano de 2021 a diminuição de sífilis congênita (1,00%), aumento da toxoplasmose (0,58%) e HIV (0,95%) quando comparado ao ano de 2017. Porém, ao analisar os anos da pandemia da COVID-19 (2020-2021) a sífilis e o HIV apresentaram diminuição nos seus índices.
Palavras-Chave: Audição. Política Pública. Indicador de Risco. Triagem Neonatal. Doenças Transmissíveis.
Referências:
ESTADO DE SANTA CATARINA; Secretaria da Saúde. Diretrizes de Atenção à Saúde Auditiva na Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência em Santa Catarina. Florianópolis, 2018. 74 p.
JANUÁRIO, Gabriela Cintra; LEMOS, Stela Maris Aguiar; FRICHE, Amélia Augusta de Lima; ALVES, Claudia Regina Lindgren. Quality indicators in a newborn hearing screening service. Brazilian Journal Of Otorhinolaryngology, [S.L.], v. 81, n. 3, p. 255-263, maio 2015. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.bjorl.2014.08.008
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JOINT COMMITTEE ON INFANT HEARING. Position statement: principles and guidelines for early hearing detection and intervention programs, The Joint Committee on Infant Hearing, v.
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