PERFIL AUDIOLÓGICO E SUAS INTERFACES EM PACIENTES ATENDIDOS NA CLÍNICA ESCOLA DE AUDIOLOGIA DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
Lopes,M.V. ;
Teotonio, O.R.B. ;
Queija, D. S ;
Introdução: A perda de audição é uma deficiência que afeta a comunicação oral dos indivíduos, sua detecção por meio do diagnóstico audiológico pode evitar possíveis consequências na interação social e no aprendizado. Acomete pessoas de todas as idades e é vista como uma deficiência invisível. Estudos recentes mostram que a perda auditiva está associada ao declínio cognitivo e a demência na população idosa. As perdas auditivas variam de acordo com a etiologia, lateralidade, tipo, grau, idade de acometimento e pode ser ocasionada por diversos fatores, entre eles os pré-natais, perinatais e pós-natais. Objetivo: Primário: Traçar o perfil audiológico dos pacientes atendidos na clínica escola de Audiologia de uma instituição de ensino superior, do Curso de Graduação em Fonoaudiologia. Secundário: avaliar e identificar falhas nos atendimentos, criar novos protocolos, fluxogramas e melhorias. Método: Trata-se de um estudo longitudinal, da avaliação audiológica digitalizada dos pacientes a partir de 12 anos atendidos na clínica escola de Audiologia da instituição. A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética e Pesquisa. Resultados: Foram analisados 1138 exames audiológicos realizados durante os anos de 2017 a 2022. Quanto a faixa etária e gênero houve predomínio da população idosa e feminina. Com relação ao acometimento da perda auditiva, 60% dos indivíduos apresentaram algum tipo de alteração na audição, unilateral ou bilateral. Os tipos de perda auditiva mais encontrados foram sensorioneural, seguido pela do tipo mista e, em menor número, condutiva. Quanto ao Índice de Percentual de Reconhecimento de Fala (IPRF) a prevalência constatada foi de 92 a 100%, ou seja, nenhuma dificuldade para compreender a fala. Na imitanciometria, 85% das curvas timpanométricas foram do tipo A e 64% tiveram presença de reflexos acústicos. Conclusão: Os achados audiológicos são coerentes com os da literatura no que se refere ao tipo de perda auditiva por faixa etária, mas divergem em alguns pontos de outros estudos de perfis audiológicos. Acredita-se que os encaminhamentos e outros critérios interfiram nos resultados e, portanto, não reflita a realidade epidemiológica da população geral, mas sim de um serviço específico. O estudo serviu para mostrar a importância de se analisar e organizar os dados coletados, pois essa é uma forma de se identificar falhas nos serviços para melhorar, aprimorar e propor novos fluxos e protocolos de trabalho.
1. Menezes PL, Menezes DC. Biofísica da Audição, Psicoacústica e Bases para a Audiologia. In: Schochat E, Samelli AG, Couto CM, Teixeira AR, Durante AS, Zanchetta S. Tratado de Audiologia. 3ª. ed. Santana do Parnaíba: Manole; 2022. p: 38.
2. Teixeira C, Griz S, Pacífico F, Caldas S. Sistema Auditivo Central. In: Schochat E, Samelli AG, Couto CM, Teixeira AR, Durante AS, Zanchetta S. Tratado de Audiologia. 3ª. ed. Santana do Parnaíba: Manole; 2022. p: 13.
3. Organização Mundial da Saúde (OMS). Prevention of deafness and hearing loss: Report by the Secretariat [Internet]. Geneva: World Health Organization; [citado em 2021] [acesso em 02 nov. de 2022]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/world-report-on-hearing
4. Slade K, Plack CJ, Nuttall HE. The effects of age-related hearing loss on the brain and cognitive function. [Internet]. Trends in Neurosciences. Volume 43, issue 10, [citado em 2020] p. 810-821 [acesso em 08 nov. 2022]. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tins.2020.07.0057
5. Sistema de Conselhos de Fonoaudiologia. Guia de orientação na avaliação audiológica. Volume I, 2020
DADOS DE PUBLICAÇÃO