38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

TRIAGEM AUDITIVA EM PROFESSORES E ESTUDANTES DE MÚSICA
Quental, S. L. M. ; Amaral, M. I. R. ; Couto, C. M. ;

Introdução: A prática musical oferece aos músicos situações de risco, com picos de intensidade sonora além dos níveis seguros. Considerando a frequência de ensaios, somada à frequência de apresentações formais, a produção musical pode ser prejudicial à saúde auditiva, quando não tomadas as devidas precauções. Objetivo: Avaliar a ocorrência de queixas e alterações auditivas em músicos iniciantes e profissionais e fornecer orientações para prevenção em relação à saúde auditiva. Método: Trata-se de um recorte de pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa (CAAE 56932216.0.0000.5404). Foi realizada uma triagem auditiva no Instituto de Artes de uma Universidade pública durante cinco dias, nos períodos de aulas e intervalos. Participaram da atividade estudantes e professores do Departamento de Música da instituição. A avaliação para triagem foi composta pela apresentação de estímulo tom warble na intensidade de 25dBNA nas frequências de 0.25 a 8kHz em cada orelha, com audiômetro clínico e fone supraural TDH39 devidamente calibrados, em uma sala acusticamente tratada no próprio Instituto. Foi considerada “Falha” na triagem quando a intensidade testada não era percebida pelo participante em pelo menos uma frequência. Além da avaliação, os participantes responderam a um questionário com perguntas relacionadas a queixas e hábitos auditivos. Os participantes que falharam na triagem foram encaminhados para avaliação audiológica básica. Todos os participantes foram orientados quanto aos resultados e estratégias para prevenção de alterações auditivas. Resultados: Participaram da triagem 55 músicos e destes, 12 (21.8%) falharam. Dentre os que falharam, quatro apresentaram limiares auditivos normais na avaliação audiológica básica, três participantes apresentaram perda auditiva e os demais não compareceram à avaliação. A queixa mais referida pelos participantes foi dificuldade em compreensão de fala no ruído (18 participantes, 32.7%), seguida de zumbido (16 participantes, 29%) e de diferença entre orelhas (15 participantes, 27.3%). A maioria dos participantes relatou usar fones de ouvido (74.5%) e frequentar locais com intensidades sonoras elevadas (65.5%). Conclusão: Número considerável de queixas auditivas foi apresentado pelos músicos. Embora parte dos hábitos auditivos relatados seja característico da prática musical, é essencial que os profissionais sejam conscientizados sobre os riscos a sua saúde. Estratégias como o uso de protetores auditivos, o controle do volume do fone de ouvido, a busca por locais silenciosos, a realização de intervalos periódicos e o distanciamento de fontes sonoras como amplificadores de som, podem diminuir o risco de danos auditivos durante os estudos e são fundamentais para a saúde auditiva destes profissionais. Além disso, a avaliação audiológica periódica deve sempre ser considerada.

1. MUNIZ, Carina M. D. C. et al. Perfil audiométrico de músicos profissionais: Revisão sistemática. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. Fortaleza, vol. 31, n. 1, p. 1-8, 2018.
2. SCHMIDT, Jesper H.; PAARUP, Helene M.; BÆLUM, Jesper. Tinnitus severity is related to the sound exposure of symphony orchestra musicians independently of hearing impairment. Ear and Hearing. Baltimore, vol. 40, n. 1, p. 88-97, 2019.
3. LÜDERS, Débora et al. Occurrence of tinnitus and other auditory symptoms among musicians playing different instruments. The International Tinnitus Journal. New York, vol. 20, n. 1, p. 48-53, 2016.
4. POURYAGHOUB, Gholamreza; MEHRDAD, Ramin; POURHOSEIN, Saeed. Noise-induced hearing loss among professional musicians. Journal of Occupational Health. Queensland, vol. 59, n. 1, p. 33-37, 2017.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.681
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/681


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