38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

SAÚDE AUDITIVA NA ATUAÇÃO EM MUSICOTERAPIA
SILVA, F.P. ; SIMÕES, P.N. ; SILVA, L.R. ; FRANÇA, D.M.V.R. ;

INTRODUÇÃO: A Musicoterapia consiste na utilização da música e de seus elementos no contexto de tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e bem-estar, com indivíduos, grupos ou comunidades. Sendo a música essencial para sua realização, não é difícil supor que os instrumentos e os gêneros musicais presentes nesse cenário podem alcançar intensidades variadas e colocar em risco a saúde auditiva desta categoria profissional, quando há uma exposição prolongada a sons de forte intensidade. Assim como acontece com músicos, é possível que musicoterapeutas não tenham consciência dos potenciais riscos à saúde auditiva decorrentes de sua prática profissional. OBJETIVO: Investigar a autopercepção de musicoterapeutas em relação à saúde auditiva. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo exploratório, fundamentado na elaboração e aplicação de um questionário destinado ao levantamento de informações sobre a saúde auditiva de musicoterapeutas. O questionário, enviado e respondido por meio do Google Forms, contou com 19 questões que abordaram saúde geral, hábitos auditivos, rotina profissional e de lazer dos musicoterapeutas. A técnica escolhida para a constituição da amostra foi a denominada “bola de neve”: um grupo inicial de musicoterapeutas recebeu um convite, por meio das mídias sociais, com o link para participar do estudo e lhes foi solicitado que, ao final do preenchimento, compartilhassem o formulário com colegas de profissão. Foram critérios de inclusão: (1) musicoterapeuta atuante e (2) qualquer tempo de formação. RESULTADOS: Participaram do estudo 31 musicoterapeutas, sendo sete (22,6%) do sexo masculino e 21 (77,4) do sexo feminino. A média de idade dos participantes foi 41,71±11,16 anos e do tempo de atuação foi 11,47±7,8 anos. O local de atuação mais referido foi a clínica, seguido do consultório e de instituições de longa permanência para idosos (ILPI). Os instrumentos mais presentes no setting foram pandeiro, tambores, violão e xilofone. Os sintomas indicados pelos participantes (zumbido, tontura, dor de cabeça e desconforto a sons fortes) foram relacionados às variáveis idade, tempo de formação, quantidade de dias trabalhados por semana e horas trabalhadas por dia. O teste t de Student indicou diferença significativamente estatística quando a presença de zumbido foi relacionada ao tempo de atendimento semanal. 11 participantes (35,5%) informaram que sentem uma perda auditiva e que realizam exames periódicos e 15 participantes (45,1%) indicaram que saúde auditiva foi abordada durante a graduação. CONCLUSÃO: Os musicoterapeutas estão expostos ao risco de perda auditiva, tanto quanto os músicos, quando se trata de sons de forte intensidade e tempo de exposição. Os participantes não demonstraram ter consciência sobre os riscos auditivos profissionais e não adotam medidas preventivas de saúde auditiva, apesar do zumbido estar relacionado à quantidade de dias e horas trabalhadas por semana. Sugere-se que estudos futuros utilizem dosímetros para mensurar a exposição sonora dos musicoterapeutas em sua rotina de atendimento, e decibelímetros para determinar os níveis de pressão sonora do setting musicoterapêutico. Destaca-se a necessidade de promover ações educativas em saúde auditiva para conscientizar este grupo profissional sobre a importância de preservar a audição, assim como incentivar a discussão do tema em eventos científicos e publicações na área da Musicoterapia.

CHASIN, M. Sound levels for musical instruments. Hearing Review, 13, 3. 2006
DI STADIO, A. et al. Hearing loss, tinnitus, hyperacusis, and diplacusis in professional musicians: A systematic review. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 15, n. 10,2018
LÜDERS, D.; SIMÕES, P. N. AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE AUDITIVA PARA ESTUDANTES DE MÚSICA. Práticas educativas em saúde auditiva: Nos contextos educacional, ambiental e ocupacional, p. 13–25, 13 out. 2021.
VARDONIKOLAKI, A. et al. Audiological findings in professionals exposed to music and their relation with tinnitus. Progress in Brain Research, p. 327–353, 2021.
WORLD FEDERATION OF MUSIC THERAPY. What is music therapy? Disponível em:. Acesso em: 20 nov. 2022.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.705
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/705


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