38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

EFEITOS NÃO AUDITIVOS DO RUÍDO: ÍNDICES ELETROFISIOLÓGICOS DE ESTRESSE – ESTUDO PILOTO
Perini, B. P. ; Samelli, A. G. ;

Introdução: O ruído é um problema ambiental, principalmente em áreas urbanas. Os efeitos fisiológicos do ruído são induzidos pela ativação do sistema nervoso autônomo, que pode ser medido objetivamente pela condutância da pele ou pela variabilidade da frequência cardíaca. Embora os estudos sobre os efeitos não-auditivos do ruído sejam limitados, pesquisas sugerem que o ruído pode ter efeitos negativos sobre a aprendizagem, no desempenho cognitivo, doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, depressão, enxaqueca, ansiedade e sono. Objetivo: Investigar os efeitos não auditivos do ruído por meio de índices eletrofisiológicos de estresse. Métodos: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Instituição: CAAE: 61013622.6.0000.0068. O estudo piloto foi realizado com dez adultos com audição normal submetidos a meatoscopia, imitanciometria e audiometria tonal. As medidas eletrofisiológicas realizadas incluíram a atividade eletrodérmica (EDA) (em µS); a variabilidade da frequência cardíaca - alta frequência (HF-HRV) (ms²); e a frequência respiratória (FR) (CPM). Essas medidas foram coletadas durante cinco minutos de relaxamento (sujeito sentado confortavelmente na cadeira) em três situações distintas: no silêncio, na presença de ruído rosa em 65 dBA e 75 dBA, utilizando fone TDH em cabina acústica. Entre cada coleta, houve um período de descanso de dez minutos. Todos os equipamentos foram calibrados previamente às coletas para fornecer confiabilidade de resultados. Após a aquisição dos dados, um filtro de baixa frequência foi usado para diminuir o ruído fisiológico / ambiental e melhorar as amostras coletadas. A análise foi realizada com dupla conferência, respeitando os achados recentes da literatura para a frequência cardíaca e respiratória e padrões de normalidade para a condutância da pele. Para análise estatística, foi utilizado o teste Anova, com nível de significância de 5%. Resultados: Na análise da resposta fásica da EDA, foram observados picos de amplitude de 0,82 µS (65 dBA) e 0,67 µS (75 dBA), que ocorreram a 2,32 e 2,11 segundos, respectivamente, após o início dos estímulos. Em relação à linha de base, a potência da HF-HRV diminuiu (de 2066 ms2 – silêncio - para 1975 ms2 - 65 dBA - e para 1685 ms2 - 75 dBA; p=0,510) e a FR aumentou (de 17,96 CPM – silêncio – para 19,54 CPM – 65 dBA e para 19,68 CPM - 75 dBA; p=0,282), mas sem significância estatística. Conclusão: Nossos achados preliminares sugerem que níveis moderados de ruído causaram alterações nas medidas da atividade eletrodérmica, variabilidade da frequência cardíaca e frequência respiratória.

Basner, M.; Babisch, W.; Davis, A.; Brink, M.; Clark, C.; Janssen, S.; Stansfeld, S. Auditory and non-auditory effects of noise on health. Lancet 2014, 383, 1325–1332.

Niemann H, Bonnefoy X, Braubach M, Hecht K, Maschke C, Rodrigues C, Röbbel N. Noise-induced annoyance and morbidity results from the pan-European LARES study. Noise Health. 2006 Apr-Jun;8(31):63-79.

SHARMA, M.; KACKER, S.; SHARMA, M. A Brief Introduction and Review on Galvanic Skin Response, 12 Outubro 2016.

Themann CL, Masterson EA. Occupational noise exposure: A review of its effects, epidemiology, and impact with recommendations for reducing its burden. J Acoust Soc Am. 2019 Nov;146(5):3879.

WHO. Biological Mechanisms Related to Cardiovascular and Metabolic Effects By Environmental Noise, 2018.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.706
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/706


ATENDIMENTO

INSCRIÇÕES
(11) 99307-8233
vanessa.alves@ccmgroup.com.br
TRABALHOS
(51) 9161-4676
beatriz.costa@ccmgroup.com.br
SEJA UM PATROCINADOR
(11) 97896-0793
tatiane.torres@ccmgroup.com.br
DEMAIS DEPARTAMENTOS
55 (11) 99462-6638
aba@audiologiabrasil.org.br
Desenvolvido por Dinamk Websolutions