38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

ANÁLISE DE ALTERAÇÕES AUDITIVAS EM MÚSICOS PROFISSIONAIS E AMADORES POR MEIO DE AVALIAÇÃO AUDIOMÉTRICA E EMISSÕES OTOACÚSTICAS
MORAES, L.C.M. ; SIMÕES, P.N. ; LÜDERS, D. ;

INTRODUÇÃO: A exposição à música em forte intensidade pode prejudicar a audição dos músicos e a identificação de alterações auditiva precocemente favorece a adoção de condutas preventivas. As emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção (EOAPD) tem se somado à audiometria tonal liminar, em protocolos de avaliação dos músicos, na expectativa de detectar alterações iniciais decorrentes da exposição à música intensa. OBJETIVO: Investigar a relação entre os resultados audiométricos de músicos e a avaliação das EOAPD. MÉTODO: Os participantes responderam um questionário sobre o instrumento musical, tempo de prática e ocorrência de zumbido. Foram critérios de inclusão: ser músico e tocar um instrumento musical há pelo menos um ano; e de exclusão: referir exposição a ruído decorrente de outra atividade profissional, apresentar alterações auditivas condutivas e alterações neurossensoriais não associadas à exposição sonora. Foi realizada audiometria tonal liminar, por via aérea (VA) nas frequências de 250Hz a 8000 Hz, e por via óssea (VO) nas frequências de 500 a 4000 Hz, quando indicado; o repouso auditivo ocupacional para a realização das avaliações audiológicas foi de 14 horas. Para as EOAPD foram apresentados simultaneamente dois tons puros f1 e f2 (f1L2), L1=65 dBNPS e L2= 55 dBNPS. O Dp-grama foi registrado em 2f1-f2. A análise da resposta considerou as amplitudes das respostas nas frequências de 1000 a 8000Hz. Os resultados foram classificados em tempo de prática com o instrumento, resultados dos limiares auditivos e amplitude das EOAPD. O teste de Coeficiente de Correlação de Pearson (r) foi aplicado para verificar a correlação entre o tempo de prática musical e o aumento nos limiares auditivos tonais e a diminuição nas amplitudes das EOAPD nas frequências de 3KHz, 4KHz e 6KHz. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Participaram do estudo 89 músicos, 64 do sexo masculino e 24 do sexo feminino, com média de idade de 33 anos. O tempo de prática musical variou de 2 a 41 anos (média de 15,3 ±8,7). 19 participantes (21,34%) apresentaram limiares auditivos superiores a 25 dBNA e 70 (78,66%) apresentaram os limiares tonais até 25 dBNA. O grupo com até 25 anos de prática musical apresentou médias normais e os participantes 26 anos de prática, ou mais, apresentaram aumento nas médias com decorrer do tempo. Há correlação entre o aumento dos limiares auditivos e tempo maior de prática musical. A correlação do tempo de prática musical com a média de resultados das EOAPD foi forte e inversa, e estatisticamente significativa na frequência de 3KHz à direita; à esquerda a correlação forte e inversa e estatisticamente significativa nas frequências de 3KHz a 6KHz. Portanto, conforme o tempo de prática com instrumento musical aumenta, há uma diminuição na amplitude das EOAPD. CONCLUSÃO: Houve correlação forte entre o tempo de prática musical e aumento nos limiares auditivos e diminuição na amplitude das EOAPD entre os músicos. As EOAPD podem contribuir para o diagnóstico precoce das alterações auditivas e complementar os programas de preservação auditiva com este público.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.717
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/717


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