PERCEPÇÃO AUDITIVA DA FALA EM USUÁRIOS DE IMPLANTE COCLEAR COM ELETRODOS DESABILITADOS: REVISÃO DE ESCOPO
Santana Junior, C. A. C. ;
Gringo, C. P. O. ;
Santos, P. P. T. ;
Samersla, M. O. P. ;
Mazzo, A. ;
Fernandes, J. S. Z. ;
Lourençone, L. F. M. ;
Apesar da melhoria constante da tecnologia do Implante Coclear (IC) em algumas situações é necessário desabilitar um ou mais eletrodos ao longo dos acompanhamentos pós operatórios dos usuários desse dispositivo. Porém, quando esses eletrodos são desabilitados consequentemente o desempenho da percepção auditiva da fala é alterado. O objetivo do presente estudo foi de identificar, sintetizar e analisar o conhecimento científico produzido sobre a percepção auditiva da fala de pacientes usuários de Implante Coclear com eletrodos desabilitados. Trata-se de uma revisão de escopo que segue a proposta do Instituto Joanna Briggs (2021), realizada no National Library of Medicine (PubMed/MEDLINE), Scopus, Embase, Web of Science e Lilacs, por meio dos descritores: implante coclear, percepção auditiva, percepção da fala, eletrodos implantados, falha de equipamentos médicos e falha de dispositivos, associados pelos operadores boleanos and, or e not. Entre os 550 estudos encontrados 12 compuseram a amostra. A presente revisão faz parte de um projeto maior aprovado no CEP do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo sob parecer: 5.788.962. Todos estudos da amostra analisaram os usuários de Implante Coclear com eletrodos desabilitados com propósitos diferentes. Em sua maioria, foi verificado como o número de eletrodos habilitados ao longo do feixe influencia na percepção auditiva da fala. Por outro lado, em outros estudos os eletrodos foram desabilitados para avaliar o efeito da profundidade da inserção dos eletrodos no desempenho dos usuários de IC. Esse estudo demonstrou que a diminuição do número de eletrodos ativos ao longo do feixe afeta no desempenho do usuário de IC levando a diminuição da percepção da fala. Não está claro se a diminuição do desempenho observada à medida que o número de eletrodos ativos diminui é consequência do número reduzido de canais, da distorção de frequência gerada para local estimulado na cóclea, pelas diferenças de parâmetros, ou pela diferença no número de eletrodos ativos do mapa clínico habitual do paciente.
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