38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL E ELETROFISIOLÓGICA DO PROCESSAMENTO AUDITIVO EM CRIANÇAS COM GAGUEIRA
Gregory, L. ; Franciozi, C. ; Sleifer, P. ;

INTRODUÇÃO: A gagueira é caracterizada como um distúrbio da comunicação humana, sendo caracterizada por rupturas involuntárias no fluxo da fala. Alterações de fala e linguagem podem estar associadas a desordens das habilidades do processamento auditivo, tornando pertinente a pesquisa do processamento das informações auditivas por meio de avaliações eletrofisiológicas e comportamentais na população infantil com queixa. OBJETIVOS: Descrever e analisar as respostas obtidas na avaliação comportamental e eletrofisiológica das habilidades do processamento auditivo em crianças com e sem gagueira, assim como verificar possíveis associações entre os achados eletrofisiológicos e a pontuação na Scale of Auditory Behaviors (SAB). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo comparativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número 41362. A amostra foi composta por 22 crianças com gagueira, e um grupo controle composto por 22 crianças sem alteração de fala ou linguagem, pareado por idade e sexo. Todas as crianças foram submetidas à avaliação audiológica composta por audiometria tonal e vocal, medidas de imitância acústica, potencial evocado auditivo de tronco encefálico, potenciais evocados auditivos de longa latência, potencial cognitivo e testes comportamentais de processamento auditivo (RGDT, DDT, DPT, PSI e MLD). Além disso, responderam a SAB. RESULTADOS: Verificou-se latências maiores das ondas P2 e P3 nas crianças que gaguejam em relação ao grupo de crianças fluentes (p < 0,001). Não houve diferença nos valores de amplitude de P2, mas houve diminuição nos valores de amplitude de P3 nas crianças que gaguejam (p= 0,018). Crianças com gagueira apresentaram alterações nos testes RGDT, TDD, TPD e PSI, quando comparadas ao grupo controle. Foi encontrada uma associação entre o aumento da latência de P2 e P3 e os escores SAB. CONCLUSÃO: Na amostra estudada, as crianças com gagueira apresentaram alterações nas avaliações eletrofisiológicas e comportamentais do processamento auditivo, sugerindo dificuldade de reconhecimento, discriminação e memória auditiva. Portanto, é importante que essas habilidades sejam levadas em consideração na investigação e terapia da gagueira, a fim de melhorar as habilidades auditivas e a fluência da fala.

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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.742
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/742


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