TEMPO REFERIDO DE PRIVAÇÃO AUDITIVA EM IDOSOS QUE INGRESSAM NO SERVIÇO DE SAÚDE AUDITIVA DO SUS
Cigana, L. B. ;
Guesser, V. M. ;
Morés, C. ;
Paiva, K. M. ;
Quialheiro, A. ;
Haas, P. ;
Introdução: O declínio da função auditiva pode induzir na diminuição da habilidade de compreender a fala resultando no comprometimento da comunicação e interferir no âmbito social, físico, psicoemocional e econômico. O Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) tornou-se um recurso essencial para amplificar os sons ambientais e de fala e minimizar as consequências da perda auditiva, com melhora na qualidade de vida. Objetivo: Classificar o tempo de privação auditiva de usuários idosos que ingressaram para avaliação inicial no Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de acordo com o sexo. Metodologia: Estudo transversal realizado em um Serviço Ambulatorial de Saúde Auditiva de caráter público, referência no estado de Santa Catarina (SC), com usuários com idade ≧ 60 anos, que realizaram avaliação inicial no período de janeiro a abril de 2018. A coleta de dados foi realizada no período de julho a agosto de 2022, e os dados foram provenientes do banco de dados do Sistema de Saúde Auditiva (AVOS) do SUS do estado de SC no Instituto Otovida, serviço que recebe demandas da atenção primária e especializado no diagnóstico e reabilitação auditiva, contemplando o atendimento de usuários em todos os ciclos de vida. Resultados: Foram coletados dados de 218 idosos no período definido. Observou-se maior prevalência de tempo referido de privação auditiva entre 3 a 5 anos (33,9%) e 12 anos ou mais (31,2%) na população geral. Quando categorizados por sexo (homens e mulheres), observou-se que 14 (50,0% e 50,0%) tiveram 2 anos de privação auditiva; 74 (47,3% e 52,7%) tiveram de 3 a 5 anos; 35 (40,0% e 60,0%) tiveram de 6 a 8 anos; 27 (62,9% e 37,1%) tiveram de 9 a 11 anos e 68 (58,8% e 41,2%) tiveram de 12 anos ou mais. Não houve diferença estatisticamente significativa entre homens e mulheres quanto ao tempo de privação auditiva. Conclusão: Os resultados evidenciam elevado tempo de privação auditiva na população avaliada, alertando para a necessidade da ampliação do diagnóstico precoce no atendimento da população do serviço público, destacando que a proporção de homens com maior tempo de privação auditiva é maior quando comparado às mulheres.
REFERÊNCIAS:
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