ACHADOS AUDIOLÓGICOS DE FUNCIONÁRIOS DE UMA MULTINACIONAL PÓS INFECÇÃO POR COVID-19
LOPES, J.M. ;
BOHN, V. ;
SIMÕES, P. N. ;
Garbino, J. F. ;
Introdução: A COVID-19 é uma infecção causada pelo vírus SARS-CoV 2 e acomete principalmente o sistema respiratório, podendo causar febre, tosse, dor de cabeça, coriza, falta de ar e dor no corpo. A transmissão pode ocorrer através da tosse, fala ou espirro de indivíduos e também por meio de um objeto contaminado. Estudos apontam que infecções virais podem atingir o sistema auditivo causando perda auditiva, otalgia, plenitude auricular, zumbido e vertigem. Objetivo: Dessa forma, através do rigoroso monitoramento auditivo que é realizado pela equipe de fonoaudiologia no setor de audiologia do ambulatório de uma multinacional do sul do Brasil, buscou-se investigar os achados audiológicos em trabalhadores que testaram positivo para COVID-19. Método: O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o parecer n°5.550.892. É uma pesquisa transversal, observacional, retrospectiva e comparativa que analisou 64 prontuários de trabalhadores que apresentaram mudança significativa do limiar auditivo (MSL), em sua audiometria periódica, conforme os critérios do anexo 2 da norma regulamentadora 7, após serem infectados pelo vírus SARS-CoV-2, entre julho de 2020 e junho de 2022. Os dados foram tabulados em planilha de Excel e comparou-se as médias das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz (G1) e de 3000Hz, 4000Hz e 6000Hz (G2), antes e após a infecção pela COVID-19, bem como observou-se as queixas relatadas após a infecção. Resultados: Apesar das médias de 500HZ, 1000Hz e 2000Hz da orelha direita não apresentarem diferenças estatisticamente significativas, os resultados obtidos após a infecção pela COVID-19 foram maiores se comparado aos valores antes da COVID-19. A média das frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz da orelha esquerda apresentou diferenças significativas na comparação dos resultados antes e após a infecção por coronavírus. Verificou-se que as médias das frequências de 3000Hz, 4000Hz e 6000Hz apresentaram diferenças significativas para ambas as orelhas. Além disso, os pacientes referiram sinais e sintomas auditivos como zumbido (34%), dificuldade de compreensão (9%), plenitude auricular (5%) e vertigem (3%). Conclusão: Este estudo demonstrou que a infecção por COVID-19 pode acarretar prejuízos no sistema auditivo, como mudança dos limiares auditivos bem como queixas como zumbido, otalgia, sensação de plenitude auricular e vertigem.
Descritores: COVID-19; Audição; Perda auditiva; SARS-CoV-2.
Ribeiro GE, Camargo da Silva DP. Implicações audiológicas da COVID-19: revisão integrativa da literatura. Rev. CEFAC. 2021;23(1):e9620.
Aguiar Gomes VC, Luiz Badarane EB, Couceiro Seto II, Yamaguchi CT, Ferreira DB, Umbelino AM et al. Avaliação das queixas auditivas e das otoemissões acústicas em funcionários do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Paraná com COVID-19. Brazilian J of Health Review. 2021;4(1):2853-2867.
Portaria MTP n.º 567, de 10 março de 2022. Norma Regulamentadora 7.Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978.
Moreira de Lacerda AB, Azevedo Bernardi AP, França AG, Bozza A, Lopes AC, Oliveira Gonçalves CG et al. Fonoaudiologia e saúde auditiva do trabalhador. In: Oliveira Gonçalves CG. Construindo um programa de preservação
auditiva: Principais aspectos e etapas da estruturação. São Paulo. Book Toy. 2019;1ed.
Mustafa MWM. Audiological profile of asymptomatic Covid-19 PCR-positive cases. Am J Otolaryngol.2020;41(3):102483.
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