PREVALÊNCIA DO ZUMBIDO ASSOCIADO ÀS PERDAS AUDITIVAS SENSORIONEURAIS NA POPULAÇÃO DE IDOSOS
Santos, W. B. ;
Andrade, A. P. R. ;
Arruda, F. A. A. ;
Canavarros, S. P. C. ;
INTRODUÇÃO: O zumbido é um sintoma que frequentemente acompanha a presbiacusia e costuma ser mais perturbador que a surdez. A presbiacusia é vista como a terceira condição crônica mais relatada pelos idosos, refletindo a perda de sensibilidade auditiva, associada ao envelhecimento, com característica audiológicas de perda do tipo sensorioneural bilateral. Essa perda da audição ocorre normalmente de forma gradual, onde causa a degeneração progressiva das estruturas cocleares e vias auditivas centrais. Sua principal consequência acontece com o declínio da capacidade comunicativa do indivíduo, o que tende a isolá-lo e privá-lo das fontes de informação e comunicação, maximizando ainda mais as alterações causadas pelo envelhecimento. O zumbido nos indivíduos que apresentam esse tipo de perda é de tonalidade aguda, comparada a uma cigarra ou um apito intermitente, e fica mais evidente no silêncio, especialmente à noite, dificultando o sono. OBJETIVO: Estimar a prevalência do zumbido auditivo na população de idosos atendidos na Clínica Escola Integrada do Univag no período de 2018 a 2020, através de análise retrospectiva dos prontuários de pacientes idosos com perdas auditivas sensorioneurais bilaterais. MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo, transversal, de natureza quantitativa. Foram selecionados 222 prontuários do período de 2018 a 2020, sendo esses pacientes atendidos na Clínica Escola Integrada do UNIVAG, dos ambulatórios de audiologia e AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual). Os dados coletados foram: nome, data de nascimento, gênero, grau da perda auditiva, dificuldade na compreensão de fala, incômodo aos sons intensos, tontura/vertigem e queixa de zumbido. RESULTADOS: Das análises realizadas, 40,6% eram do gênero feminino e 59,4% do gênero masculino. A faixa etária do grupo estudado variou de 60 a 100 anos, com uma média de 72,5 anos de idade. Foram analisadas e comparadas os indivíduos que apresentaram as queixas de dificuldade de compreensão de fala, zumbido, tontura/vertigem e incômodo a sons intensos. Em relação a essas variáveis o zumbido, a dificuldade de compreensão de fala e o incômodos a som intenso representaram a maior porcentagem em prevalência. CONCLUSÃO: De acordo com o estudo conclui-se que há forte prevalência do zumbido, dificuldade na compreensão de fala e incômodos a sons intensos na população de idosos com perdas auditivas sensorioneurais bilaterais nessa população estudada. De fato esses sintomas e queixas acarreta a deterioração da funções auditivas, comunicativas, sociais e emocionais, onde o indivíduo experimenta uma redução da qualidade de vida. Contudo propõe-se um programa de atenção a saúde auditiva, direcionada a população idosa, visando orientações ao indivíduo e família para minimizar os impactos desses sintomas.
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