38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

INVESTIGAÇÃO DO ZUMBIDO EM INDIVÍDUOS PÓS INFECÇÃO POR COVID-19
Corguinha, A.S.M. ; Mielle, L.P ; Maximiano, M.V.A. ; Santos, R.R.R. ; Rocha, C.H. ; Moreira, R.R. ; Neves-Lobo, I.F. ; Goulart, A.C. ; Matas, C.G. ; Samelli, A.G. ;

Introdução: O Covid 19 é considerado uma infecção viral que resulta em uma síndrome respiratória aguda grave, ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2. Em alguns casos em que os pacientes contraíram o vírus e se recuperaram, foram observadas diversas sequelas, podendo ser temporárias ou duradouras, como falta de olfato e/ou paladar, fadiga, dor no peito, zumbido, entre outras. O zumbido é caracterizado por uma percepção consciente de uma sensação auditiva na ausência de um estímulo externo correspondente, ocasionando prejuízo à qualidade de vida. Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi identificar a presença e caracterizar o zumbido em indivíduos pós infecção por COVID19. Metodologia: Participaram do estudo 42 indivíduos com COVID confirmado, predominando o sexo feminino (71,4%), e com média de idade de 37,9 anos. Todos os participantes assinaram o TCLE do estudo, que obteve aprovação do CEP da instituição (Aprovação nº 4.942.911). Os indivíduos realizaram avaliação audiológica completa. Os procedimentos específicos do presente estudo foram: questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI), composto por 25 questões, que identifica o impacto do zumbido sobre a qualidade de vida do indivíduo; acufenometria, avaliação que tem o objetivo de quantificar o zumbido (pitch e loudness); e potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE). Na análise estatística foram usados os testes Anova e Quiquadrado. Resultados: Dos 42 participantes, 11 (26,19%) apresentaram queixa de zumbido após a infecção por COVID-19. O grupo com zumbido (GE) apresentou média de idade maior quando comparado ao grupo sem zumbido (GC), com diferença significante (valor de p=0,039). Na audiometria tonal, houve predomínio de limiares auditivos mais elevados no GE, com diferenças estatisticamente significantes nas frequências de 0,25 kHz e 1 kHz. Na acufenometria, 80% dos participantes do GE relataram que o zumbido apresentava pitch acima de 12 kHz, e 87,5% apresentaram handicap de desprezível a leve no THI. Na comparação da presença de perda auditiva e zumbido, em ambos os grupos, houve prevalência de indivíduos com audição normal, sem diferença significante entre os grupos (Qui-quadrado valor de p=0,923). No PEATE, foi observado maior número de indivíduos do GE com alteração de latências, mas sem diferença significante (valor de p=0,391). Conclusão: Nossos resultados sugerem que o novo coronavírus pode apresentar o zumbido como possível sequela da infecção. Devido à diversas variáveis envolvidas no presente estudo, os resultados devem ser considerados com parcimônia. No entanto, avaliações audiológicas são fundamentais em pacientes pós Covid-19, futuros estudos são de grande importância.


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DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.778
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/778


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