AUTOPERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR SOBRE OS EFEITOS DO RUÍDO NA SAÚDE
Lima, A. P. ;
De Conto, J. ;
Pizatto, E. G. ;
Sabakeviski, C. ;
Introdução: A exposição ao ruído pode desencadear tanto fatores auditivos, quanto extra-auditivos, e além disso, fatores não-auditivos, decorrentes da exposição direta ou indireta ao ruído. É importante trazer noções sobre a percepção da saúde auditiva dos professores universitários e os efeitos que o ruído no ambiente acadêmico podem gerar. Preocupa-se a maneira como lidamos com o ruído no ambiente escolar, onde requer a escuta e a interpretação de informações advindas do professor, por isso, é significativo trazer um enfoque nessa demanda, para que surjam políticas públicas para trabalhar com essa determinada população. Objetivos: Essa pesquisa tem como objetivo verificar a autopercepção de professores do ensino superior sobre os efeitos do ruído no dia a dia e nas atividades acadêmicas e levantar quais os efeitos auditivos e extra-auditivos relatados durante a exposição ao ruído nas atividades laborais. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética com o número de parecer 4.722.840. O estudo foi realizado com 12 professores universitários com idade entre 27 à 57 anos que trabalham de 10 à 20 horas semanais, os mesmos responderam um formulário online. A coleta de dados consistiu em identificar, questões sobre a saúde auditiva e geral dos participantes e conhecimento sobre os riscos e prevenção referentes à exposição ao ruído. Resultados: Ao analisar as respostas das professoras, 16,7% relataram que ouvem a voz dos seus alunos, porém, não os compreendem. Ao questionar sobre qual barulho elas mais ouvem, foi destacado, por 58,3%, a voz dos alunos da sala, e o ruído produzido por alunos das outras salas. Foi exposto pela maioria, que o ruído atrapalha na concentração, causando estresse e comprometendo a qualidade do ensino, induzindo também um esforço vocal. Ao selecionarem as influências do ruído sobre as próprias professoras, no decorrer de suas aulas, praticamente todas foram na dificuldade de concentração, e compreensão, além dessas, relatou-se a necessidade de elevar o tom de voz, a irritabilidade, o cansaço, e até mesmo o zumbido. Além do questionário, 7 participantes também realizaram uma avaliação vocal, mesclando os resultados, constatou-se que as mesmas, com tempo de trabalho entre 2 à 25 anos, referem queixas vocais, como, pigarro, rouquidão, instabilidade e garganta seca. Conclusão: Foi relevante realizar esta pesquisa tendo o intuito de promover a conscientização dos trabalhadores, levando em consideração que o retorno às atividades presenciais após a pandemia, potencializou os efeitos do ruído. A percepção dos profissionais quanto à exposição ao ruído foi pertinente em relação aos impactos que ele acarreta na sala de aula, principalmente, na concentração e no cansaço. O ruído não é muito pesquisado, mas pode-se ver que está presente em muitos ambientes, nesta pesquisa, vale ressaltar que um dos principais efeitos em professores por conta do ruído, é o abuso vocal, acarretando consequências na vida laboral e pessoal dos mesmos. Com isso, seria interessante políticas públicas que trabalhassem a saúde auditiva e vocal de trabalhadores/professores, tanto do ensino fundamental e médio, como do ensino superior.
DREOSSI, R. C. F.; MOMENSOHN-SANTOS, T. O Ruído e sua interferênciasobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP),v.17,n.2,p. 251-258,maio-ago.2005.
SELIGMAN,J.Sintomas e Sinais na PAIR.In.:SELIGMAN,J.;COSTA,E.; NUDELMANN,A.;IBANEZ,R.PAIR: Perda Auditiva Induzida Pelo Ruído. Porto Alegre: Bagagem Comunicação,1997.p.143-151.
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