38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

PERFIL DA POPULAÇÃO INFANTIL USUÁRIA DE IMPLANTE COCLEAR EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO À SAÚDE AUDITIVA
SOUZA,R.M.O. ; RESENDE, L. M ; PIRES, I. A. R. ; CATTI, L. A. S. ; SILVA, R.C ; LABANCA, L. ; MANCINI, Patrícia Cotta ; CARVALHO, S.A.S. ;

INTRODUÇÃO: O implante coclear (IC) é um dispositivo utilizado na reabilitação auditiva, indicado nos casos de perda auditiva sensorioneural de grau severo ou profundo, visando a melhora das habilidades auditivas e de linguagem. Sabe-se que a implantação em tempo oportuno permite a aquisição de habilidades comunicativas semelhantes às de indivíduos ouvintes, visto que há aproveitamento da alta plasticidade das vias auditivas centrais, o que pode proporcionar maiores chances de adaptação ao dispositivo. Diante disso, é importante conhecer o perfil dos usuários pediátricos do IC para o acompanhamento do serviço de atenção à saúde auditiva. OBJETIVO: Descrever o perfil da população infantil submetida ao implante coclear em um Serviço de Atenção à Saúde Auditiva de um Hospital Público. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caráter descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer 4.749.316), cujas informações foram obtidas por meio de um banco de dados de pacientes atendidos no Serviço de Implante Coclear de um hospital público no período de novembro de 2003 a outubro de 2022, com foco nas variáveis: sexo, município de residência, etiologia, grau e lado da perda, idade no momento da implantação, realização de fonoterapia e marca do implante. RESULTADOS: A amostra foi composta por 162 pacientes de até 12 anos sendo que 43% dos participantes residem na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A mediana de idade no momento da cirurgia do IC foi aos três anos, com predominância no sexo feminino. Em relação à etiologia, em 58% dos casos a surdez foi congênita, em 24% idiopática, em 7% foi adquirida, 4% foi de causa genética, 2% por Otosclerose e em 5% dos casos a etiologia esteve relacionada a outros fatores. Quanto à classificação da perda, 79% dos casos se apresentaram como sensorioneural bilateral de grau profundo. Em relação a orelha implantada, 61% dos casos foram implantados na orelha direita, 31% na orelha esquerda e 4% bilateral, e outros 4% não haviam sido informados. No que diz respeito à marca do implante, 41% foi da MEDEL, 36% COCHLEAR, 12% ADVANCED BIONICS, e 11% OTICON MEDICAL. Após o implante, 69% dos pacientes fizeram acompanhamento fonoaudiológico. CONCLUSÃO: A maioria dos participantes deste estudo residem na RMBH, sendo justificado pela organização da Rede Estadual de Atenção à Saúde Auditiva em Minas Gerais, que tem maior enfoque na capital, quando comparado a regiões no interior do estado. A predominância de perda auditiva de origem congênita chama a atenção, visto que é necessário maior acompanhamento destes casos devido a privação auditiva desde o nascimento, o que ocasiona na redução da plasticidade sináptica no córtex auditivo. Ademais, grande parte dos implantados realizam fonoterapia, o que favorece um resultado positivo quanto ao desenvolvimento adequado, no entanto o ideal seria que todos realizassem este acompanhamento. Observa-se uma quantidade considerável de casos de perdas bilaterais, mas que foi realizado IC unilateral nos pacientes. Dessa forma, é importante estudar este fato, junto com o tempo de privação auditiva e acesso à fonoterapia das crianças, a fim de promover a intervenção em tempo oportuno.

PIGNATARI, Shirley Shizue Nagata (Org.); ANSELMO-LIMA, Wilma Terezinha (Org.). Tratado de otorrinolaringologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.
SHARMA, Anu et al. Cortical development, plasticity and re-organization in children with cochlear implants. Journal of communication disorders, [s. l.], 2009. DOI 10.1016/j.jcomdis.2009.03.003. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2696307/.
KRAL, Andrej; SHARMA, Anu. Developmental Neuroplasticity After Cochlear Implantation. Trends Neurosci., [s. l.], 2012. DOI 10.1016/j.tins.2011.09.004. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3561718/.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.818
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/818


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