CONHECIMENTO SOBRE REABILITAÇÃO AUDITIVA POR FONOAUDIÓLOGOS EM NATAL/RN: ESTUDO PRELIMINAR
Costa, L. R. ;
Alves, N. O. ;
Campos, P. D. ;
A Reabilitação Auditiva (RA) de adultos e idosos vai muito além do que adaptar um indivíduo ao uso dos dispositivos auxiliares à audição, e sim, proporcionar uma melhor qualidade de vida ao mesmo e proporcionar uma melhor comunicação dos usuários com os meios em que está inserido. É necessário que disseminar o conhecimento sobre o tema da RA e da heterogeneidade de pacientes e ambientes em que estão inseridos, tanto para fonoaudiólogos quanto para estudantes, futuros profissionais pois, estratégias de comunicação em conjunto com o treinamento auditivo e o aconselhamento informativo pode trazer melhora no reconhecimento da fala, na qualidade de vida e na percepção de handicap pelo indivíduo. O objetivo deste estudo foi explorar o que os fonoaudiólogos conhecem sobre a RA em adultos e idosos e compreender como funcionam os atendimentos, encaminhamentos e orientações. Trata-se de uma pesquisa transversal na qual profissionais da fonoaudiologia, que atuam na área de audiologia na cidade de Natal/RN, foram convidados a responder um questionário online com perguntas contendo queixas comumente encontradas na prática clínica ou casos clínicos que poderiam ser considerados desafiadores. Ao todo foram 13 respostas obtidas, as quais foram analisadas de forma qualitativa. Para a queixa de dificuldade de compreensão e comunicação de um usuário de AASI há dois anos, 84,6% responderam que a primeira medida seria realizar uma nova avaliação audiológica, o encaminhamento para RA apareceu como a terceira medida a ser realizada para o caso. A principal estratégia para o aumento do número de horas de uso do dispositivo foi o uso responderam que seria o uso de ferramentas motivacionais estimulando a mudança de comportamento (46,2%) Para a melhora da compreensão em situações com ruído competitivo, 53,8% que fariam um trabalho de reconhecimento de sentenças com ruído competitivo contralateral ao estímulo principal. No raciocínio clínico de um caso com idade avançada e ativação do IC recente, 61,6% concordaram com a afirmação de que a RA não seria eficaz para desenvolver boa compreensão auditiva. Para o caso de um paciente adulto com perda auditiva de grau profundo usuário de AASI unilateral, 53,9% acreditam que a RA pode ser uma opção mesmo que a audibilidade dos sons da fala esteja prejudicada. Quanto ao uso da leitura orofacial, 69,2% não acreditam que essa estratégia de comunicação deve ser desencorajada. Em conclusão, sabe-se que a prática clínica de cada um é particular e adaptada para o meio em que está inserido, sendo necessário avaliar individualmente as suas necessidades e empecilhos, porém, o presente estudo aponta características importantes que podem ser abordadas com os profissionais e futuros profissionais, como ferramentas para instrumentalizar cada vez mais a sua atuação, modelos de intervenção e abrangência da área de atuação.
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