38º Encontro Internacional de Audiologia

ANAIS - TRABALHOS CIENTÍFICOS

RUÍDO AMBIENTE E APRENDIZAGEM: UM DESAFIO NO ENSINO FUNDAMENTAL
Fontanela, V.R. ;

A escola é o local no qual a educação formal costuma acontecer e, na sala de aula, o principal instrumento do docente para a transmissão do conhecimento é a oralidade. Busca-se, por meio de pesquisas de diferentes abordagens, maximizar a aprendizagem dos estudantes brasileiros ante a resultados ruins em programas internacionais de avaliação dos estudantes. O objetivo da presente pesquisa foi confrontar os níveis de ruído em uma escola de Cascavel-PR com o recomendado na Norma Técnica concernente a conforto acústico em ambientes internos, uma vez que sabe-se que a exposição prolongada a ruídos muito altos provoca danos à audição, mas, mesmo que de forma intermitente, quando se necessita de concentração, barulho ambiente provoca irritabilidade, perda de foco, fadiga, dificuldade de percepção auditiva da fala, fatores que atrapalham muito a aprendizagem. É necessário lembrar que as condições adversas de poluição sonora que atrapalham alunos típicos são ainda mais incapacitantes para alunos neurodivergentes, como é o caso das pessoas com autismo, pois têm sensibilidade aumentada a estímulos sensoriais, podem sentir os ruídos altos como muito intensos e dolorosos, o que pode causar ansiedade, estresse e dificuldades para se concentrar. Além disso, as pessoas autistas podem ter dificuldade em filtrar e processar informações sensoriais, o que desencadeia crises de sobrecarga sensorial. A metodologia constituiu-se em, por meio do aplicativo para celular “Sound Meter Noise Detector”, realizar medições de níveis de ruído dentro de uma Escola de Ensino Fundamental com quinhentos e cinquenta três alunos matriculados no período vespertino, as três salas avaliadas eram do oitavo ano do Ensino Fundamental nas quais havia em média 35 alunos, bem como nos corredores e no pátio, na hora do intervalo. Os resultados mostraram medições muito acima da média recomendada. Ao mensurar-se o volume do som ambiente advindo da turma ao lado, obteve-se 80 decibéis. No pátio, durante o intervalo, e no momento que os alunos subiam as escadas para retornarem às suas salas, registrou-se 93 e 94 decibéis. 94 decibéis também foram medidos em diversos momentos dentro das salas de aula enquanto os alunos interagiam entre si. A poluição sonora é mais um empecilho ao sucesso escolar dos alunos, sobretudo aos neurodivergentes, há muito que se pode fazer para melhorar a situação encontrada. É necessário conscientizar e treinar discentes, docentes e funcionários da escola a respeito dos danos provocados pelo ruído excessivo para alterar a maneira como percebem e se relacionam com esse fenômeno. Promover medições frequentes, viabilizar instalação de isolamento acústico, estabelecer políticas de ruído, adaptar ambientes e áreas silenciosas são passos importantes para reverter esse quadro.
Palavras-chave: ruído ambiente, aprendizagem, neurodivergente

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Acústica — Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Rio de Janeiro, p. 9. 2017.

DREOSSI, Raquel Cecília Fischer; MOMENSOHN-SANTOS, Teresa. O ruído e sua interferência sobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, v. 17, p. 251-258, 2005.

FRANCO, Wislanildo O.; BAPTISTA, MLGP; BAPTISTA, LRPL. Ruído ambiental em ambientes de aprendizagem. In: VIII CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE ACÚSTICA. 1994. p. 01-09.
DADOS DE PUBLICAÇÃO
Página(s): p.833
ISSN 1983-1793X
https://audiologiabrasil.org.br/38eia/anais-trabalhos-consulta/833


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