ACONSELHAMENTO A PAIS DE CRIANÇAS USUÁRIAS DE IMPLANTE COCLEAR
Reis, J.G. ;
GIL D. ;
Introdução: O processo de reabilitação de crianças com deficiência auditiva deve incluir orientação e aconselhamento aos pais quanto às práticas educativas positivas com o propósito de facilitar o pleno desenvolvimento da criança bem como a efetividade terapêutica das intervenções com tais grupos . Para tornar a orientação aos pais mais eficiente, é possível e recomendável utilizar as práticas dos cuidados centrados na pessoa, a fim de que haja maior engajamento, conscientização e disseminação das informações sobre a saúde auditiva de modo que a família seja um modelo de comunicação adequado e possa reforçar os objetivos propostos na intervenção. Objetivos: Elaborar e aplicar um programa de aconselhamento aos pais de crianças usuárias de implante coclear e avaliar sua eficácia com questionário de auto avaliação. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal observacional, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP), sob o número 48270321.6.0000.5505. A amostra foi composta por crianças recém-implantadas, de ambos os sexos, em atendimento fonoaudiológico no Ambulatório de Audiologia Educacional da Instituição. Foram propostas nove sessões de aconselhamento individual com pais e/ou cuidadores com duração de 30 a 40 minutos, nas quais elaborou-se um cronograma que incluiu aconselhamento acerca do diagnóstico da deficiência auditiva, a cirurgia do implante coclear, os cuidados a serem tomados com o dispositivo, bem como sobre sua funcionalidade, assim como a melhor fixação do dispositivo na criança, o momento psicológico da família em relação ao diagnóstico e expectativa de resultados com o implante coclear. Para fins comparativos, o questionário IT-MAIS foi aplicado na primeira e última sessões. Resultados: O aconselhamento completo foi realizado com quatro famílias com crianças na faixa etária de 2 anos e 6 meses a 3 anos, com tempo médio de uso do dispositivo de 1 ano a 1 ano e 6 meses e com o mesmo tempo médio de terapia sendo os responsáveis aconselhados nessas famílias, três mães, com faixa etária de 32 anos e 41 anos, e uma tia com 23 anos. No início do aconselhamento, a pontuação média das quatro famílias foi de 15 pontos e o Índice IT-MAIS foi de 58,75%. Já na aplicação após o término do aconselhamento, a pontuação média passou para 25,75 pontos e o Índice IT-MAIS das famílias aumentou para 67,37%. Da mesma forma em que individualmente, a pontuação do questionário IT-MAIS após o término do aconselhamento aumentou pelo menos 7 pontos, aumentando o Índice IT MAIS em pelo menos 17,5%. O índice IT-MAIS e as pontuações no pós aconselhamento demonstraram que houve melhora na integração auditiva, nos comportamentos auditivos espontâneos das crianças em situações de vida diária, assim como na percepção da ocorrência de fala espontânea. Conclusão: O programa de aconselhamento foi elaborado e executado de modo completo em quatro famílias, e o mesmo mostrou-se passível de ser incluído no programa de reabilitação e também mostrou a evolução no ponto de vista da pontuação do questionário aplicado.
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